Caixa Econômica deve subir juros do crédito imobiliário para classe média em 2025

Banco está sob pressão para atender a forte demanda por recursos para compra da casa própria num ambiente de juros em elevação

Prédio em construção na cidade de São Paulo Foto: Fabrizio Toniolo/Inteligência Financeira
Prédio em construção na cidade de São Paulo Foto: Fabrizio Toniolo/Inteligência Financeira

A Caixa Econômica Federal deve elevar os juros do financiamento imobiliário para a classe média em 2025.

A informação foi confirmada pelo vice-presidente de finanças do banco, Marcos Brasiliano Rosa, à Inteligência Financeira.

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“Sim”, disse ele, em resposta à pergunta se, diante do atual cenário, a tendência é o banco elevar a taxa de juros do financiamento para imóveis de R$ 300 mil a R$ 1,5 milhão.

Atualmente, o banco vem mantendo o teto dessa taxa no balcão em 10% ao ano.

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A informação surge no momento em que a busca por financiamento imobiliário cada vez mais se concentra na Caixa Econômica, que tem as taxas de juros menores.

Atualmente, o banco responde por quase R$ 7 em cada R$ 10 emprestados no Brasil para financiar a compra da casa própria.

Nos primeiros nove meses de 2024, a Caixa fez R$ 176 bilhões em novos financiamentos imobiliários, montante 28,6% superior em 12 meses.

Com isso, o estoque de empréstimos da Caixa para financiar a compra de imóveis fechou setembro em R$ 812,2 bilhões, 14,7% maior do que um ano antes.

Caixa busca dinheiro no mercado para financiamento imobiliário

Para dar conta da demanda por crédito imobiliário persistentemente forte, a Caixa Econômica vem tomando várias medidas.

Numa mão, levanta barreiras para concessão. Em outubro, o banco reduziu o valor financiável para imóveis.

Além disso, a instituição também vem sendo mais rigorosa para aceitar financiamentos inicialmente feitos em outros bancos, como portabilidade.

Em outra frente, o banco busca mais dinheiro no mercado de capitais, o que é mais caro do que acessar os recursos da caderneta de poupança.

Assim, no fim de setembro, a Caixa tinha R$ 193,8 bilhões em letras financeiras, aumento de 32,1% ano a ano.

Na semana passada, a Inteligência Financeira revelou que a Caixa flexibilizou critérios para captar recursos no mercado com LCI.

Isso porque a poupança, principal fonte para esse fim, não tem conseguido acompanhar o crescimento da demanda por financiamento imobiliário.

Nesse sentido, o saldo de poupança cresceu apenas 8,1% em 12 meses até setembro, a R$ 381 bilhões.

Enquanto a poupança atualmente tem remuneração de cerca de 8% ao ano, as LCI têm como referência o CDI, em torno de 11% anuais.

“(O aumento da taxa de juros) depende de quanto queremos fazer de financiamento imobiliário”, explicou Brasiliano.

Enquanto isso, a Caixa vem pleiteando ao Banco Central redução do depósito compulsório, o que liberaria recursos mais baratos para poder emprestar.

Caixa tem lucro quase estável no 3° tri

Mais cedo, a Caixa anunciou que teve lucro líquido de R$ 3,3 bilhões no terceiro trimestre, o que significa aumento de 0,7% ante mesma etapa de 2023.

Enquanto isso, sua rentabilidade sobre o patrimônio (ROE) subiu 1,4 ponto percentual, para 9,3%.

Esse indicador, que mede como um banco remunera o capital do acionista, está bem abaixo dos níveis registrados pelos demais bancos comerciais.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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