INVESTIMENTOS
Para quem busca uma renda em dólar, existe um grupo de empresas que se caracteriza por ter uma longa trajetória na remuneração dos acionistas. No mercado, elas são conhecidas como “aristocratas de dividendos” ou “dividend aristocrats”.
As empresas que pagam dividendos crescentes fazem parte do índice S&P 500 – que reúne as 500 maiores empresas de capital aberto dos Estados Unidos. Ou seja, atendem a critérios de tamanho e liquidez. Atualmente são 67 empresas, consideradas aristocratas dos dividendos presentes no índice.
Entre as empresas que pagam dividendos crescentes, há um grupo que consegue ainda ser mais diferenciado. Os “dividend kings” são companhias que aumentaram os dividendos por mais de 50 anos consecutivos. Alguns exemplos são a Coca-Cola (KO) e Johnson & Johnson (JNJ), que pagam dividendos crescentes há 61 anos.
Embora o dividend yield seja importante, este não é o objetivo principal de ações consideradas aristocratas. As empresas aristocratas são uma escolha adequada para quem busca crescimento consistente da renda no futuro e não para quem quer receber a maior renda possível no presente.
O investidor deve ter cuidado para não se deparar com uma “yield trap” (armadilha dos rendimentos), alguns exemplos são rendimento excepcionalmente alto, endividamento excessivo, dividendos superiores aos lucros, fluxo de caixa baixo ou negativo e problemas com o negócio.
Com os juros americanos no intervalo de 5,25% e 5,5%, o retorno oferecido pelos dividendos de empresas aristocratas pode não parecer tão atrativo. Contudo, os juros americanos já estão no seu pico e podem cair a partir da segunda metade do ano.
Em um universo de mais de 60 empresas aristocratas, quais seriam as melhores opções para um portfólio de longo prazo? A Coca-Cola (KO) foi a ação mais citada pelos especialistas, com 61 anos de dividendos crescentes e um dividend yield projetado de 3,17% para os próximos 12 meses. Clique no link abaixo para ver a lista completa.
A recomendação é se expor diretamente as ações americanas, abrindo uma conta em corretora internacional. O valor em reais vai para o aplicativo da corretora, onde ocorre o câmbio para dólares. A vantagem é que o investidor terá acesso a ativos que não estão na bolsa brasileira.
É possível também investir diretamente desde a bolsa brasileira, sem precisar de conversão de moeda, por meio dos BDRs, mas a valorização destes recibos está sujeita a variações cambiais e alguns BDRs podem ter baixa liquidez no mercado dificultando a negociação.
Para quem não tem experiência, os especialistas recomendam a exposição por meio de ETFs (fundos de índice) que repliquem índices como o S&P 500 Dividend Aristocrats. O problema é que seu rendimento anual de dividendos é baixo, em torno de 2,10%. Para ter uma rentabilidade maior, valeria o investidor selecionar suas próprias ações.