Saiba quais títulos de renda fixa ganham com a provável queda da Selic na próxima reunião do Copom
A renda fixa deve chacoalhar com a próxima decisão do Banco Central (BC) sobre a taxa básica de juros do Brasil, na quarta-feira (2). Pesquisa do BTG Pactual mostra que o BC entregará uma redução de 0,50 ponto percentual (p.p.), o que colocará os juros em 13,25% ao ano.
Em meio a queda de juros, a distinção entre títulos de renda fixa é de suma importância. Isso porque o mercado vai mudar expectativas na curva futura de juros, afetando os títulos pós-fixados atrelados aos juros.
Os pós-fixados são títulos da renda fixa que não tem retorno definido até o prazo de vencimento.
Já os prefixados, que são contratados pelo investidor com rendimento definido, além dos juros.
Com a queda da Selic, os investimentos de renda fixa são reprecificados pelo mercado na chamada curva de juros. Ou seja, o que se esperava pagar por um título prefixado sofre reajuste, enquanto título pós-fixado é impactado com os efeitos da política monetária. No fim, tanto os títulos do Tesouro Prefixado quanto opções atreladas ao CDI ou ao IPCA devem continuar atrativas por um prazo de 6 a 12 meses, dizem os gestores.
Porém, os títulos de renda fixa que mais ganham com a queda da Selic são os títulos do Tesouro Prefixado, além dos títulos da dívida pública de longo prazo emitidos pelo governo, como as NTN-B, ligadas ao IMAB.
O prazo dos prefixados faz toda a diferença na hora de investir, diz Cal Constantino, líder de renda fixa da Santander Asset. Os prefixados disponíveis a mercado são, principalmente, os títulos do Tesouro Prefixado ou a NTN-F. Neste último ativo, o investidor recebe semestralmente os juros ligado ao título – na forma de cupons – e ainda ganha o valor contratado se mantiver o título até o vencimento.
A unanimidade entre gestores é de que os títulos de IPCA, além de protegerem contra a inflação, são a melhor opção contra a queda dos juros. Apesar de ser o preferido, contudo, os títulos desta categoria tem um risco maior. A grande vantagem dos títulos indexados à inflação é que eles já precificam queda na curva de juros antes dos títulos Selic, cujo impacto após a decisão do Copom é instantâneo.
Com a provável queda dos juros, o mercado de debêntures pode voltar a reaquecer. No começo do ano, a emissão de crédito privado e bancário sofreu com as insolvências de Light e Americanas, mas pode ter um retorno forte no segundo semestre.