Após redução da taxa Selic para 12,75% ao ano, veja o impacto sobre os seus investimentos e o que realmente merece a sua atenção na nova taxa de juros.

Como o corte da Selic afeta meus investimentos?

INVESTIMENTOS

Gilvan Bueno, sócio e gerente educacional da Órama, afirma que seguimos tendo uma taxa alta e que a redução anunciada até agora imediatamente muda pouca coisa. A renda fixa perde parcialmente seu potencial de ganhos, mas segue pagando bons rendimentos. “12,75% continua sendo uma taxa alta, segunda maior taxa real do mundo”, afirma.

Na prática

Para Carla Beni, professora de MBAs da FGV, é importante considerar que “o tempo da economia é diferente do tempo cronológico”.“No dia seguinte do Copom nada muda de fato na sua vida. A economia trabalha com a expectativa. E aí o mais importante é o Banco Central ter definido que nas próximas reuniões podemos esperar novos cortes de 0,50 pontos percentuais”, diz.

Tempo da economia

Produtos de renda fixa que tem rentabilidade atrelada à Selic ou ao CDI veem um impacto sobre a rentabilidade. Por exemplo, o rendimento diário do Tesouro Selic, a partir da queda, passa a ser de 12,75% ao ano mais o percentual adicional, hoje entre 0,04% e 0,16%. Da mesma maneira, o CDI passa a ser de cerca de 12,65% ao ano. No entanto, como ressalta Gilvan Bueno, segue possível obter rentabilidades na casa de 1% ao mês em produtos desse tipo. “Os produtos de renda fixa são produtos que continuam tendo dois dígitos de rentabilidade, oferecendo boas taxas”, disse.

Renda fixa segue forte

O gerente educacional da Órama diz que LCI e LCAs seguem sendo boas opções e que de modo geral títulos prefixados são interessantes para o momento, uma vez que a perspectiva é de novas quedas da taxa Selic pelo Banco Central. “A grande ideia do investidor vai ser olhar para os pré-fixados. Para a janela de 1, 2 ou 3 anos, especialmente 3 anos, já que a gente olha para 2026 e a Selic projetada é de 8,40% ao ano. O investidor sábio abre os pré-fixados longos e na queda de juros pode ter uma rentabilidade diferente”, disse.

Produtos prefixados

Tradicionalmente, quando o Copom passa a reduzir seguidamente a Selic o investimento em ações ganha força. “Temos esse fator histórico. Em todos os ciclos de queda juros o Ibovespa rendeu mais do que o CDI”, afirmou André Luiz Rocha, operador de renda variável da Manchester Investimentos. Por outro lado, para Gilvan Bueno, “ainda não é uma hora de migração para a renda variável, mas é uma hora de entender como as empresas vão melhorar a parte do endividamento”.

Renda variável

A perspectiva para os fundos imobiliários é positiva para quem tem esse produto na carteira, afirma Gilvan Bueno, da Órama. “À medida que os juros caem, os dividendos começam a ser o grande diferencial. Então fundos imobiliários ganham muita notoriedade uma vez que eles têm uma relação inversamente proporcional à queda da taxa de juros”, diz o especialista.

Fundos imobiliários