Vendas do varejo têm 1ª queda em 5 anos, diz IBGE

Baixa em 12 meses até maio foi de 0,4%

Rua de comércio popular no Rio de Janeiro (RJ) (Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo)
Rua de comércio popular no Rio de Janeiro (RJ) (Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo)

O volume de vendas do varejo acumula queda de 0,4% em 12 meses até maio, na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), anunciada hoje. Foi a primeira vez que um resultado negativo ocorreu, nessa comparação, desde setembro de 2017 (-0,7%), informou o gerente da PMC, Cristiano Santos.

Ao detalhar os resultados da pesquisa, o técnico comentou que inflação e endividamento elevado, em maio, diminuíram ritmo de consumo em maio, com impacto negativo nas vendas do varejo restrito, naquele mês. Na prática, notou ele, os dois fenômenos acabam influenciando o orçamento das famílias, diminuindo espaços para compras, e destinando menor parcela para compras no comércio.

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No entendimento do técnico, há uma mudança de perfil de consumidor, em ação em maio. Ele notou que muitas famílias, endividadas, optam por destinar recursos ao pagamento de dívidas – e não em fazer compras no comércio. “Talvez as pessoas [no mês] consumam menos algumas coisas”, disse. “E pessoas no trabalho remoto podem deixar de consumir alguns itens [que consumiam no trabalho presencial], comentou.

Ele ponderou que houve impacto favorável, no orçamento das famílias, das rendas adicionais providas de ações promovidas pelo governo, como pagamento de Auxílio Brasil, e autorização de saque extraordinário do FGTS. Mas observou que, pelos dados da PMC de maio, é possível observar perda de ritmo no volume de vendas do varejo; e assim imaginar que as famílias optaram por usar essas rendas adicionais mais para pagar dívidas, por exemplo, até maio. “[nesse contexto] você pode decidir não consumir [produtos do comércio]”, resumiu.

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