IMÓVEL
Na hora de investir em um imóvel, assim como em todos os outros investimentos, é necessário ter um planejamento financeiro que esteja de acordo com suas fontes de renda.
Mais do que localização e metragem, também é importante estar atento a outros pontos que podem afetar – e muito – na hora da escolha de compra.
Para te ajudar nesta importante decisão, a Inteligência Financeira conversou com Guilherme Ribeiro, professor de Empreendimentos Imobiliários Comerciais da FIA Business School, que esclareceu alguns detalhes importantes deste tipo de investimento.
Antes de fechar negócio, o primeiro passo é entender o valor de mercado do imóvel e a liquidez que ele terá futuramente.
Também é necessário verificar todas as documentações do imóvel e do próprio vendedor.
Para todas as obrigatoriedades, é recomendável que a transação seja feita por uma imobiliária especialista, para garantir uma segurança maior.
“É crucial garantir que o imóvel esteja devidamente registrado no registro de Imóveis competente e não possua gravames ou pendências”, alerta Guilherme.
Analisar as certidões negativas para assegurar que não há dívidas trabalhistas, tributárias ou judiciais também é um passo preventivo essencial neste primeiro momento.
Além disso, deve-se verificar eventuais protestos e dívidas de condomínio, obter a matrícula atualizada, certidão vintenária e certidão cadastral/regularidade junto à prefeitura.
Outro ponto para ficar de olho é se o investimento envolve construção, modificações, incorporações ou se possui algum tipo de uso comercial.
Nestes casos, é pertinente analisar o zoneamento, restrições urbanísticas e ambientais, tombamento e contaminação de solo. Dependendo do caso, a consulta a um perito ou engenheiro para analisar os vícios construtivos, ressalta Guilherme Ribeiro.
Dentro do valor de mercado do imóvel já deve estar inclusa a comissão de venda que destinada ao corretor. Sobre esse valor final, também incidem outros custos; são eles: – ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis); – Emolumentos cartorários; – Escritura do imóvel; – Eventual financiamento
Todas essas despesas são fundamentais para que haja formalização e legalização adequadas da transição imobiliária. O ITBI é um imposto municipal, que pode variar entre 2% e 4% do valor do imóvel.
Os emolumentos são taxas pagas ao cartório segundo uma tabela estadual e, geralmente, proporcional ao valor do imóvel. A maior parte vai para o oficial do registro imobiliário e o restante é distribuído para o governo e algumas instituições públicas.
Já a escritura é elaborada por um tabelião de notas, e é um documento oficial que registra e valida a negociação entre as partes. Existem tipos diferentes como na compra e venda ou na permuta de imóveis, então é preciso estar muito atento a este documento.
As taxas de juros são definidas por cada instituição financeira, então vale se informar sobre qual o valor taxativo daquela na qual você pretende realizar seu financiamento.
Também existe o seguro habitacional, que inclui cobertura para morte e invalidez permanente e para danos físicos ao imóvel. O valor do seguro habitacional varia de acordo com a idade do comprador.
Um ponto importante a notar, lembra Guilherme, é que tanto o valor de entrada quanto a tabela de amortização podem variar, influenciando o valor dos juros ao longo do pagamento das parcelas.
Atualmente, estamos em um cenário de recuo da Selic. “Quando ela está em queda, os bancos tendem a reduzir as taxas de juros dos financiamentos imobiliários permitindo que ofereçam crédito a custos mais baixos”, afirma Guilherme.
Como resultado deste movimento, o financiamento imobiliário se torna mais acessível, podendo aumentar a demanda por imóveis. Com mais famílias tendo acesso ao financiamento e consequente maior demanda, existe uma tendência natural de valorização dos imóveis.