BIG TECHS
Após uma disparada fulminante nos últimos dois anos, as ações das gigantes de tecnologia de Wall Street, as big techs, estão passando por correção. Nvidia (NVDC34), Microsoft (MSFT34), Alphabet (GOGL34) e Meta (M1TA34) tiveram quedas de até 10% na semana passada.
O estopim foi a notícia de que a ASML, maior fornecedora de equipamentos para fabricantes de chips do mundo, teve vendas trimestrais abaixo das previsões. A ASML tem como principal cliente, a TSMC, que por sua vez fabrica chips para Nvidia e Apple.
Esses episódios potencializaram o momento mais adverso do mercado, com o desmanche da expectativa de um corte breve no juro dos Estados Unidos. Com isso, investidores pelo mundo começaram a se questionar se a maré de otimismo com o mundo da inteligência artificial já se dissipou.
Para Thiago Kapulskis, do Itaú BBA, o mercado acionário norte-americano tem o histórico de obedecer os fundamentos. Isso, desde que se tome como referência prazos de investimentos mais longos, de três anos ou mais. E, segundo o analista, para a maioria das big techs, as estimativas de resultados operacionais seguem animadoras.
A previsão do BBA para crescimento médio anual das big techs nos próximos três anos: Microsoft (16%), Amazon (14,5%), Alphabet/Google (16,3%), Meta/Facebook (20%), Apple (10,5%) e Nvidia (17,5%).
O papel preferido da equipe de Kapulskis é o da Nvidia. “Se estivermos corretos, NVDA (ação da companhia listada na Nasdaq) poderá atingir US$ 1.170 (nos próximos 12 meses), implicando uma alta de 47% em relação aos níveis atuais”, escreveu a equipe.
Para Meta, o relatório admite que o cenário pode ser negativo nos próximos meses. Então, a recomendação para esses papéis é de compras mais moderadas. O risco que o BBA vê com mais cuidado é o processo da Federal Trade Commission (FTC), órgão antitruste dos Estados, contra a empresa. Uma condenação poderia impor à dona do Facebook multas bilionárias.
No caso do Google, a ameaça é um processo do Departamento de Justiça (DOJ) dos Estados Unidos, que acusa a empresa de monopolizar o mercado de publicidade digital. Nas contas de Kapulskis, o Google perder o processo pode reduzir o lucro por ação em cerca de 30%. O relatório ainda aponta o perigo de o Google não conseguir deslanchar a computação empresarial por meio do Google Cloud.
Por fim, em Microsoft a equipe afirma recomendar compra agressiva se a ação negociada na Nasdaq cair para a faixa de US$ 360. Atualmente, o papel é negociado na faixa de US$ 407.
Em contrapartida, a única dentre as gigantes de tecnologia que tem uma visão mais pessimista do Itaú BBA é Apple (AAPL34). “Continuamos a ver o papel como pouco atrativo”, conclui o documento.