FINANÇAS PESSOAIS
Será que existe dívida boa? Pois Robert Kiyosaki, autor de “Pai Rico, Pai Pobre”, defende que sim. O investidor afirmou recentemente que acumula uma dívida de US$ 1,2 bilhão – ou seja, R$ 5,9 bilhões.
E considera positiva. “Se eu falir, o banco falirá. Não é um problema meu”, afirmou ele. As falas polêmicas não param por aí, Kiyosaki recomendou também que se pare de investir na moeda mais forte do mundo, o dólar. Em vez disso, deve-se focar em ativos como ouro, prata e bitcoin.
Convocamos especialistas para analisar essas ideias, no mínimo, polêmicas.
Em uma publicação no Instagram, o investidor disse que utiliza o endividamento para adquirir ativos que vão se valorizar mais do que a taxa de juros cobrada pelo empréstimo, como imóveis, bitcoin e ouro.
O escritor esclareceu que não usa as dívidas para comprar artigos de luxo. De acordo com ele, é exatamente essa preocupação com o destino do empréstimo que define se uma dívida é boa ou ruim.
De acordo com especialistas, podemos chamar esse modelo de dívida de alavancagem de patrimônio. Ou seja, tomar crédito a juros mais baixos fazendo com que a geração de ativos seja maior do que o valor do pagamento combinado com o credor. Assim, utiliza-se o dinheiro de uma instituição terceira para alavancar o patrimônio.
Um exemplo bastante comum é o de empreendedores que fazem empréstimos para comprar estoque, focando em lucros maiores do que os juros. Porém, existe o risco de esse estoque não ser vendido totalmente.
Especialistas salientam que essa modalidade é normalmente utilizada por um “perfil de pessoa mais madura e com mais capacidade financeira para absorver possíveis desvios no caminho”. Sendo assim, fazendo um paralelo com o perfil de investidor, a recomendação seria para aquele considerado “qualificado”.
Mais uma sugestão controversa do autor de “Pai Rico, Pai Pobre”. Defende que as pessoas parem de investir em dólar, recomendando focar em ativos como metais preciosos, bitcoin ou gado Wagyu.
Os especialistas consultados pela Inteligência Financeira torcem o nariz. "Acredito muito que inteligência e diversificação geram uma boa carteira e posição de investimentos. Não acredito que o extremismo seja algo inteligente..."., defende Marlon Glaciano., planejador financeiro e especialista em finanças,.
De acordo com o planejador financeiro, o dólar continua sendo a moeda mais forte do mundo, movimentando mais de 80% da economia mundial, principalmente nos produtos de commodities.
Pessoas como Robert Kiyosaki tem um grande poder de influenciar o mercado financeiro e, consequentemente, suas próprias fortunas, conforme especialistas. Ou seja, “uma demanda maior por ouro, prata e bitcoin faz com que esses ativos se valorizem e, por sua vez, elevem o patrimônio de quem já é investidor”.