A reunião de setembro que baixou a taxa Selic em 0,50 ponto, para 12,75% ao ano, não teve grandes divergências. Os integrantes do Copom concordaram com a magnitude do corte e reiteraram que esse é o ritmo apropriado para manter o processo desinflacionário.
ATA DO COPOM
O Copom julgou como pouco provável uma intensificação adicional do ritmo de cortes da Selic. Para isso acontecer, a ata destaca que dependeria de uma alteração significativa dos fundamentos da dinâmica da inflação.
O Copom debateu a extensão do atual ciclo de redução da taxa Selic. “Evidenciou-se, nessa análise, a necessidade de se manter uma política monetária ainda contracionista pelo horizonte relevante para que se consolide a convergência da inflação para a meta e a ancoragem das expectativas”, aponta a ata
"Como temos argumentado, as taxas de juros pressionadas no exterior e a política fiscal expansionista no ambiente doméstico são limitações para um afrouxamento monetário mais intenso em 2024. Vemos a taxa Selic em 10,00% no próximo ano", afirma Rodolfo Margato, economista da XP.
"Seguimos com a perspectiva de que o Banco Central irá cortar o juro ao ritmo de 0,50 ponto percentual até próximo do fim do ciclo, atingindo 10,50% na primeira reunião do segundo trimestre (de 2024)", aponta Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.
"Isso me sugere uma Selic terminal mais próxima de 10% do que de 9%. Por outro lado, a descrição do cenário está mais equilibrada, com o Copom vendo os fatores altistas para Selic como temporários, deixando aberto a possibilidade de o ciclo se estender aos 9%", observa Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura.
O time de economistas do C6 Bank destaca que o Copom reafirmou a necessidade de se manter uma política monetária ainda contracionista. "Esperamos cortes de 50 pontos-base para as reuniões restantes do ano. Projetamos Selic em 11,75% ao final de 2023 e em 9,25% ao final de 2024".
"Mantemos nossa previsão de reduções de 50 pontos até a reunião de março de 2024, desacelerando para 25 pontos a partir do 2º trimestre, terminando o ciclo em 9% ao final de 2024", indica Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter.