A projeção da queda de juros está transformando o mercado de fundos imobiliários em uma dança das cadeiras… alugadas. Por exemplo, nos fundos de papel e tijolo, o CDI deixa de ser tão atrativo, e dá lugar ao crédito com lastro no IPCA. Com isso, os dividendos de fundos imobiliários mais expostos à taxa devem ter queda, de acordo com analistas.
De acordo com um levantamento feito pela Inteligência Financeira, três dos fundos imobiliários de maior dividend yield (rendimento por preço da cota) até junho deste ano integram a lista de maior exposição ao CDI. São eles: – RZAK11: Dividend Yield de 18,36% a.a.; – MORC11: DY de 16,75% a.a.; – PORD11: DY de 15,58% a.a.
Apesar da expectativa de queda do CDI, os fundos imobiliários se beneficiam amplamente com a queda de juros. Portanto, a visão dos gestores e analistas ouvidos pela Inteligência Financeira é de que os fundos high grade com alta exposição ao CDI podem oferecer um “carrego” maior em investimentos.
“O FII pagava em rendimentos o CDI mais 3%. Ou seja, cerca de 7,5%. Em comparação com outros produtos do mercado, na época, portanto, o dividend yield do Ifix de tijolo era de 6,5%”, diz Alessandro Vedrossi, sócio da Valora.
Na tese do sócio da Valora, os fundos imobiliários atrelados ao CDI devem continuar bons pagadores de dividendos, mas ganham dos FIIs de tijolo e high yield pela estabilidade. Entre os dez fundos imobiliários mais expostos ao CDI no IFIX, a taxa média de aquisição é de CDI + 4,1%.