Conversamos com analistas e te contamos as expectativas para os papéis das estatais mineiras

Cemig  e Copasa: como ficam as ações das companhias se forem federalizadas?

BOLSA

As ações de Cemig (CMIG4; CMIG3) e Copasa (CSMG3) tiveram forte queda na bolsa esta semana. Enquanto os papéis da Cemig caíram 18% nos últimos cinco dias, as ações da Copasa perderam 6% no mesmo período. As baixas nos preços dos papéis vieram após notícias de que Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, e Alexandre Silveira (PSD), ministro de Minas e Energia, estariam encaminhando plano de federalização das empresas.

Queda das ações

A venda das empresas que pertencem a Minas Gerais teria como finalidade reduzir a dívida de R$ 160 bilhões do estado com a União.

Objetivo da federalização

A federalização consiste na transferência das empresas hoje controladas pelo governo do Estado de Minas Gerais para o governo federal. Atualmente, o governo de Minas detém 51% das ações ordinárias (com direito a voto) da Cemig. No caso da Copasa, essa participação é de 50,03%.

O que é federalização?

O Itáu BBA afirma, em relatório, haver um “caminho desafiador para a potencial federalização de Cemig e Copasa”. Além disso, o banco vê a operação “como muito negativa” para as empresas envolvidas. O banco afirma que não compraria o papel, “mesmo na queda de hoje, já que poderá haver mais fluxo de notícias políticas negativas nas próximas semanas”.

Itaú BBA: federalização ‘muito negativa’

Para Marcelo Sá, analista de Utilities do Itaú BBA, que conversou com a Inteligência Financeira, a queda das ações após o anúncio da possível federalização foi considerada justa. Ele alerta ainda que “tem espaço para cair mais se a federalização acontecer”.

Queda justa

Antes das notícias, o BTG via a Cemig como uma ação com preço justo. Porém, o cenário foi modificado. “Nesse nível preferimos nomes como Energisa, Copel e Equatorial”. E, mesmo com a queda sensível, o banco diz que não é comprador. Dadas as incertezas relacionadas à operação, “teríamos que ver retornos bem acima de 15% (25% adicionais de desvantagem) para justificar a posse do nome se este plano avançar”, complementa o BTG em relatório.

BTG: mais riscos negativos para Cemig

“No 3T23, o valor patrimonial da Copasa era de R$ 20,7/ação e R$ 13,5/ação na Cemig – valendo lembrar que a CSMG é composta por ações 100% ordinárias e pertence ao Novo Mercado, sendo assim, estaria mais protegida sob essa questão”, explica o relatório da Genial. Por isso, para a Genial, por enquanto, está mantida a recomendação de manter os papéis, tanto para Copasa quanto para Cemig.

Genial: investidor deve olhar o valor patrimonial

A pauta assusta o mercado porque, historicamente, a gestão pública não prioriza o retorno das empresas e dos acionistas, diz Pedro Wilson, sócio da Nexgen Capital. “Por isso os investidores não querem estar (no papel), e os preços caem após venda massiva”, explica.

Por que a federalização assusta o mercado?