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A Eve, empresa controlada pela Embraer (EMBR3), divulgou no início de maio um vídeo curto, quase promocional, do primeiro protótipo em escala real de sua aeronave de decolagem e pouso vertical (eVTOL, na sigla em inglês). Foi o suficiente para reavivar a curiosidade global em torno do lançamento do "carro elétrico voador brasileiro". A Inteligência Financeira conversou, em Nova York, com Lucio Aldworth, diretor de relações com investidores da Eve, que participou da Itaú BBA CEO Conference.
Segundo o executivo, a Eve tem até o momento 2.900 cartas de intenção de compra, com uma valor de lista de US$ 14,5 bilhões. Entretanto, o eVTOL da Eve ainda não tem preço definido. Porém, a estimativa da empresa é que chegue ao mercado em 2026 custando em torno de US$ 5 milhões.
Atualmente, o eVTOL da Eve é do tipo "lift & cruise". Isto é, possui asas e rotores separados para propulsão vertical e horizontal. “Estamos finalizando o primeiro protótipo em escala real. Tivemos vários protótipos subescala, RIGs e modelos computacionais para simular todas as situações diferentes, nas diferentes fases de voo. A gente deve finalizar a construção deste primeiro protótipo em escala real no final de junho.” Em seguida, os testes em solo começam no segundo semestre. E a expectativa, diz o executivo da Eve, é começar os testes de voo da aeronave ainda este ano.
A autonomia de voo é de 100 quilômetros. Contudo, a empresa avalia que, em um primeiro momento, o eVTOL será usado para translados menores, de até 30 quilômetros. Ademais, o eVTOL da Eve deve transportar de 4 a 6 passageiros. Os primeiros clientes são empresas de aviação executiva.
Apesar disso, a Eve não descarta, num segundo momento, a venda ao cliente individual. Lucio Aldworth conta que os pedidos, até agora, são de cerca de 30 clientes, de diferentes localidades do mundo. Por exemplo, operadores de helicópteros, empresas de leasing e plataformas de voos compartilhados.