SÃO MARTINHO (SMTO3)
Para Fabio Venturelli, CEO da São Martinho (SMTO3), a nova geração de carros híbridos flex vai roubar mercado dos carros elétricos chineses no Brasil. Ele, obviamente, é interessado no avanço dos veículos flex. A São Martinho é uma das principais companhias do país no setor sucroenergético. E a primeira produtora de etanol no Brasil a obter certificação para emitir e vender créditos de descarbonização (CBios). “Nos mercados que adotaram o carro elétrico um pouco antes (do Brasil), ou naqueles em que (o consumidor) tem essa possibilidade (de compra) há mais tempo, começamos a ver até um certo retrocesso (nas vendas).”
Em entrevista à Inteligência Financeira, Venturelli disse que os carros elétricos têm um grande desafio para ganhar o mercado no Brasil, a despeito do crescimento em vendas. Por outro lado, o CEO da São Martinho defende que a nova geração de híbridos flex, produzidos localmente, deve oferecer um pacote de benefícios melhores para o consumidor. O que vai da maior autonomia com economia de combustível ao melhor preço de revenda.
Outro ponto que joga contra o avanço dos elétricos no Brasil, segundo Venturelli, é o valor de revenda. “Sinceramente, acho que será um problema enorme para o consumidor brasileiro (mercado secundário de carros elétricos)”, comentou. “Na hora que ele (consumidor) aloca a economia para a compra de um veículo e ele, basicamente, não tem nenhum valor residual ou tem um valor residual praticamente desprezível, acho que isso vai ser um impacto para o consumidor”, disse o CEO da São Martinho.
Por ora, entretanto, as vendas de elétricos chineses no Brasil seguem a todo vapor. No primeiro trimestre de 2024, as vendas de eletrificados chegaram a 36.090 e bateram mais um recorde, com aumento de 145% sobre o mesmo período do ano anterior (14.786 unidades). A tal ponto que a dona da Fiat, Stellantis, anunciou recentemente a venda de veículos elétricos chineses no Brasil em 2024. Se os carros elétricos chineses vão ou não continuar ganhando mercado no Brasil com seus carros elétricos, o futuro dirá.