Negociações de jogadores de futebol é prática comum em todos as ligas e clubes, mesmo as maiores e melhores competições mundiais.
Cesar grafietti
Neste final de semana foi encerrada a chamada “janela de transferências de atletas” europeia, período que vai do final de junho ao final de agosto. Neste período são feitas as negociações de jogadores de futebol entre os clubes.
Os clubes brasileiros precisam negociar atletas para fechar as contas, é fato. No entanto, negociações de jogadores de futebol é prática comum em todos as ligas e clubes, mesmo as maiores e melhores competições mundiais.
Para se ter uma ideia da importância financeira desse momento de negociação de jogadores, na atual janela as 5 maiores ligas do mundo (Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França) movimentaram cerca de € 6,3 bilhões.
O CIES Football Intelligence, centro suíço de análise do futebol, indica que a janela inteira movimentou mundialmente € 9,05 bilhões. Assim, esse valor seria 31% superior ao movimentado no ano passado (€ 6,9 bilhões).
Segundo dados da ESPN, os atletas que chegaram ao novo oásis do futebol mundial teriam custado cerca de € 780 milhões em pagamentos pela liberação contratual, o que representa cerca de 12% do total movimentados nas 5 maiores ligas europeias.
As maiores movimentações de dinheiro estão associadas aos pagamentos de salários. Esse é o caso de Benzema e seus (supostos) € 400 milhões por dois anos de contrato, ou Neymar e seus (supostos) € 120 milhões por dois anos de contrato.
Negociar atletas é um modelo de negócios. Há muitos clubes que trabalham este conceito de forma eficiente, investindo em jovens com potencial de desenvolvimento e depois negociando seus direitos por valores substancialmente maiores.
Clubes grandes utilizam as negociações de jogadores de futebol para reciclarem elencos. O Liverpool investiu € 110 milhões em contratações, mas teve receita de € 50 milhões com vendas.
Este é um modelo de negócios que requer algumas qualidades das gestões. A primeira é deixar claro para os torcedores que é assim que a coisa funciona, ou seja, sempre que houver uma oferta interessante o atleta entra no radar das negociações.
Elencos fortes e competitivos valorizam a estrutura. Permitem boa performance, mais receitas e maior visibilidade para os atletas que precisam ser negociados. Mas é fundamental a boa comunicação com os torcedores, para que haja entendimento da estratégia.
Outro aspecto fundamental é a independência na análise. Muitos clubes se apoiam em agentes para acessar atletas, e rasgam as análises. Isto explica muita contratação sem sentido.