É bom trabalhar no Nubank?

CARREIRA

Analistas, investidores e mesmo concorrentes costumam se surpreender com inovações do Nubank (ROXO34) para se manter como uma empresa de alto crescimento e rentável, mesmo num ambiente tão competitivo quanto o bancário.

Entretanto, o banco digital também se vale de ferramentas tecnológicas e culturais para atrair e reter talentos, além de tirar deles alta produtividade. Foi o que constatou o BTG Pactual em relatório, ao comentar aspectos da política de recursos humanos da fintech.

No relatório, os analistas chefiados por Eduardo Rosman discutem como a instituição financeira usa com pragmatismo políticas, como trabalho híbrido e remuneração variável, como foco na missão principal da empresa: encantar o cliente. "Eles querem que os clientes amem o Nubank fanaticamente", afirma o relatório do BTG.

Dessa forma, itens como o NPS (um indicador de satisfação dos clientes) são monitorados de perto. Parte da estratégia de RH do Nubank veio a público num podcast recente com a principal executiva da área no banco, Suzana Kubrick.

Nele, ela conta o que a fintech faz para determinar a melhor combinação entre trabalho remoto e presencial entre seus quase oito mil funcionários. Suzana também revelou táticas para incutir a cultura do banco na força de trabalho e estimulá-los a se concentrarem em resultados.

O Nubank usa um modelo híbrido, no qual os funcionários trabalham no escritório com sua unidade de negócios em uma semana a cada seis. Os funcionários do Nubank (ROXO34) são jovens (cerca de 28 anos) e apenas 18% têm filhos. Esse modelo de trabalho híbrido permite que a empresa explore um conjunto de talentos mais amplo.

Além disso, o banco acessa talentos de diferentes regiões (o Nubank tem equipes em mais de 15 países). Em relatório, o BTG Pactual detectou que o banco tem um batalhão de estrangeiros, com funcionários de quase 80 nacionalidades diferentes.

Em relação à flexibilidade de horário, algumas equipes têm pontos fixos, como a de atendimento ao cliente. Contudo, a maioria dos times trabalha principalmente com base em resultados e projetos, tendo apenas algumas políticas não negociáveis sobre horários ​​e muita flexibilidade.

O Nubank revelou ainda que está trabalhando com uma nova ferramenta de recursos humanos para ajudar a mapear redes de relacionamento. Isso permitirá que eles vejam como as pessoas estão interagindo e identifiquem grupos que possam estar ficando à margem, permitindo que a empresa tome medidas para ajudar.

Segundo o BTG, o Nubank (ROXO34) percebeu que o trabalho presencial tem menor produtividade, já que as equipes usam parte do tempo para se integrarem. Quase metade dos funcionários estão na área de tecnologia e a produtividade pode ser medida objetivamente, por exemplo, por meio de linhas de código escritas.

Contudo, o banco avalia que o trabalho presencial proporciona maiores oportunidades de desenvolver a cultura do grupo, especialmente entre os funcionários mais novos. Por isso, procura criar novos mecanismos para que mais membros dos funcionários façam maior parte do trabalho presencial de forma voluntária.