Melhor investimento para cada objetivo

Como escolher a aplicação ideal? Nosso colunista Fabio Gallo explicou que a tomada de decisão deve ir muito além do perfil de riscos.

Para Fabio Gallo, o primeiro passo na hora de escolher o melhor investimento para a sua carteira é montar um plano. É indicado que se avalie a alocação que será feita entre títulos do governo, títulos privados, fundos de investimentos, ações e outros papéis, assim como as proporções adequadas de acordo com os objetivos e a tolerância a risco. Depois, a decisão do investidor é sobre o quanto dos recursos disponíveis devem ser destinados para aplicações na renda fixa e o quanto do dinheiro vai para renda variável.

Planejamento

A 6ª edição do “Raio X do Investidor Brasileiro”, da ANBIMA  (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), traz dados interessantes sobre o comportamento financeiro do brasileiro em 2022. A busca básica do investidor local é a segurança financeira. Tanto isso é verdade que a caderneta de poupança ainda é o produto financeiro preferido, com 26% dos pesquisados utilizando a aplicação.

O investidor brasileiro

O objetivo principal do investimento, conforme a sondagem, é a compra de imóvel/casa própria, particularmente pelas gerações mais novas. As gerações acima de 61 anos têm como mais importante que o dinheiro seja aplicado para emergências e estabilidade financeira. Para aquelas pessoas com 76 anos ou mais, o destaque é investir pensando no lazer e viagens, além deixar recursos para os filhos.nto nem se cair, nem se subir mais.

Objetivos

Os dados mais preocupantes tirados dessa pesquisa são relativos ao planejamento da aposentadoria. Os entrevistados têm como meta planejada a aposentadoria aos 59,3 anos, sendo que somente 18% começaram a poupar para isso. Entre os já aposentados 90,5% tem como maior fonte de renda os benefícios do INSS, e apenas 4,7% mantêm aplicações financeiras ou planos de aposentadoria privada.

Aposentadoria

Para compormos a nossa carteira devemos observar o grau de risco dos ativos frente aos nossos objetivos financeiros e não somente ao nosso apetite a risco. De maneira direta, devemos considerar o risco do ativo financeiro e não somente o nosso grau de aceitação de risco. A personalidade da pessoa, a idade, suas experiências de vida, entre outras coisas, fazem com que cada um tenha o seu próprio grau de aversão ao risco, que representa o quanto a pessoa se ressente com perdas no seu investimento. Assim, passamos a ser classificados como: conservador, moderado ou agressivo.

Perfil de risco: como descobrir?

Com base nessa classificação é feita a seleção de produtos dentro das classes de ativos. Errado! Isso não é o bastante. A consideração dos riscos do investimento face ao seu objetivo deve considerar dois fatores muito importantes: · Prazo: o tempo disponível para a realização do objetivo alvo desse investimento. · Importância: a utilidade marginal de seu dinheiro, ou seja, a importância deste dinheiro em relação ao seu orçamento.

Não se baseie apenas no perfil

Você está de casamento marcado daqui a seis meses, seu objetivo é fazer uma grande festa e o único dinheiro guardado que tem está na caderneta de poupança. A questão é: posso investir esse dinheiro em ações para tentar ter maior rentabilidade e ter mais recursos para a festa? A reposta: não deve. Porque o prazo é muito curto e esse dinheiro é muito importante – dentro do objetivo proposto. O indicado é deixar o dinheiro em ativos de muito baixo risco, como Tesouro Selic  ou mesmo deixar quieto na poupança. Na tabela você deve ficar na casa do zero.

Vamos aos exemplos práticos

Você é solteiro, tem emprego, dinheiro guardado, apartamento, não está pensando em casar e nem se aposentar tão cedo. Acaba de receber uma herança. Você tem prazo longo para investir e esses recursos têm baixa importância na sua poupança. Ao consultar a tabela você está na casa do cinco. Assim, pode aplicar em ativos com alto grau de risco, como ações e derivativos.

Você está pensando em se aposentar daqui a 20 anos. O tempo é longo, mas nem tanto e a importância do seu objetivo é muito grande. A sua carteira para esse fim deverá diversificada, com a grande parcela em renda fixa de baixo risco, buscando aplicar em prazos coincidentes ao prazo disponível. Mesmo a parcela de renda variável deve ser dedicada a empresas mais estáveis e boas pagadoras de dividendos.

· Seu grau de aversão ao risco; · O horizonte de tempo para obtenção de seu objetivo; · A utilidade marginal de seu dinheiro.

Por fim, quando for realizar investimentos, considere: