Governo mudou regras para isenção. Saiba se você corre risco de ser taxado

Fundos imobiliários e Fiagros

INVESTIMENTOS

O governo federal mudou nesta terça-feira (29) as regras para tributação de fundos imobiliários e Fiagros, tema incluído de surpresa na MP que taxa os fundos exclusivos. De acordo com as novas regras, 189 fundos registrados terão de pagar o tributo sobre seus dividendos.

Mudanças

Essencialmente, o governo mudou dois critérios para decidir se taxa ou não um FII e Fiagro: · O número mínimo de cotistas: eram 50 e agora serão 500; · A necessidade de que as cotas sejam “efetivamente negociadas”: antes, bastava que elas fossem “admitidas à negociação”.

Critérios

Apesar do número de fundos ser grande, os especialistas ouvidos pela reportagem são unânimes em dizer que nada muda para o investidor pessoa física, que negocia fundos imobiliários listados no Ifix  e ofertados pelas principais instituições. Isso ocorre porque os fundos com menos de 500 cotistas, em geral, são agrupamentos familiares ou de pessoas próximas.l.

O que muda na prática para o investidor?

O registro fazia com que atendessem a regra, mas parte desses FIIs e Fiagros não estavam realmente abertos a investidores externos ao grupo. Metade dos fundos atingidos pela nova regra, por exemplo, tem entre 50 e 300 cotistas. “O número antigo era muito baixo. Você consegue juntar 50 pessoas entre amigos e familiares, por exemplo.”, argumenta Brunno Bagnariolli, sócio da Jive Investments e CIO de fundos da Mauá Capital. Os principais fundos imobiliários listados no Ifix e negociados pelas principais instituições financeiras reúnem entre dezenas e centenas de milhares de cotistas. Portanto, ficam fora da nova regra do governo..

Fundos imobiliários serão taxados?

O trecho da medida provisória que diz que as cotas precisam ser “efetivamente negociadas” deixou um ponto em aberto. Para o advogado José Alves Ribeiro, o governo precisará criar critérios claros, em uma futura regulamentação, do que faz com que um fundo possa dizer que tem cotas efetivamente negociadas.

Trecho deixa dúvidas 

Por outro lado, Brunno Bagnariolli acredita que a omissão seja intencional. “Entendo que foi deixado em aberto de forma deliberada, para que você não coloque um limite que as pessoas possam se planejar para burlar. A palavra ‘efetivamente’ deixa um critério de que tem que ser negociado de fato”, argumenta.

Omissão intencional