Com a moeda americana perto de R$4,70, como saber se está na hora certa de comprar para viajar ou se deve esperar mais?
Especialistas ouvidos pela Inteligência Financeira apontam que não há um único momento ideal para adquirir a moeda americana, e que o melhor é ir fazendo a conversão ao longo dos meses que antecedem a viagem. “Se você for comprando aos poucos, você consegue uma boa taxa média. Aproveita nos momentos de baixa e não se expõe tanto aos momentos de cotação mais alta”, afirma Claudia Garcia, head de turismo da Frente Corretora.
Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, sugere que o viajante mais atento aproveite os dias de quedas mais bruscas. “Esses dias são bons para comprar, porque posteriormente a cotação dá uma corrigida para cima”, explica.
Edmar Bacha, um dos economistas responsáveis pelo Plano Real, afirmou em uma célebre frase que “Deus inventou a taxa de câmbio para humilhar os economistas”. A pensata foi citada por Sérgio Brotto para explicar o porquê de ser impossível dizer ao certo se o dólar ficará mais barato ou mais caro do que está hoje nas próximas semanas. Fazendo uma compra fragmentada, como sugerem os especialistas, o viajante aproveita o momento da cotação atual, na faixa dos R$ 4,70 e não sofre de arrependimento nem se cair, nem se subir mais.
O Boletim Focus mais recente prevê que a moeda americana encerre o ano de 2023 cotada a R$ 4,97. No pregão da última sexta-feira (28), a divisão chegou a baixar a R$ 4,69. Há quem considere que a tendência de desvalorização pode continuar, principalmente se a agenda econômica do governo avançar no Congresso.
A cotação da moeda americana no Brasil é uma equação impactada por muitos fatores políticos e econômicos, nacionais e internacionais. Desse modo, é muito difícil mesmo para os especialistas taxarem uma afirmação totalmente correta sobre o que vai ocorrer com o câmbio no longo prazo. “É impossível dizer qual a perspectiva para o dólar. Nos últimos 10 anos, o Boletim Focos errou as previsões para o final do ano. E realmente não é fácil, o câmbio é uma variável que depende de diversos fatores. Em um curto espaço de tempo muita coisa pode acontecer”, diz Felipe Spritzer, CEO da consultoria Portfel.
Spritzer recomenda que quem já tem o dinheiro disponível faça o câmbio quando se deparar com uma cotação favorável, como a atual. “Muitas pessoas acabam tendo prejuízos consideráveis ao tentar descobrir o melhor momento de comprar dólar ao invés de se preocupar com o fato de garantir a viagem”, afirma.
O dólar turismo é a moeda em espécie, o papel físico vendido aos viajantes e pode custar entre 4% a 8% mais caro. Para efeito de comparação, enquanto o dólar comercial fechou a quinta-feira (27) cotado a R$ 4,75, o dólar turismo estava cotado a R$ 4,91.