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Que o Carnaval é um dos maiores espetáculos da Terra, a gente já sabe. Mas sabia que, entre os que fazem a festa acontecer, a maioria das rainhas de bateria trabalham exclusivamente com a dança e o samba?
Ai vem o questionamento: como as rainhas de bateria cuidam das suas finanças? A gente conversou com algumas sambistas de escolas do Rio e de São Paulo que contaram sobre suas rotinas financeiras. Confira nos próximos stories.
Aos 13 anos, Bianca Monteiro, hoje com 34, chegou à quadra da Portela para ser passista com o sonho de se tornar rainha de bateria, que se realizaria em 2017.
A arte do samba virou sua profissão, mesmo sendo “uma tarefa não muito fácil”. A musa conta que é uma profissão de altos e baixos, com épocas que “entra uma boa grana" e momentos que ela recebe o suficiente apenas para as contas.
Bianca conta que, depois do Carnaval, eles costumam fazer apresentações no exterior e ela costuma trazer dólar e guardar para quando precisar fazer câmbio ou usar em outra viagem.
Além disso, ela também trabalha em eventos e quando faz um trabalho grande, deixa esse dinheiro guardado no banco, investido na poupança.
Foi durante um ensaio da escola de samba Inocentes de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, em 2008, que Sávia Davi, 35, conheceu um diretor da Beija-flor que a levou para a quadra da tradicional escola.
Hoje, Sávia é rainha de bateria da Unidos de Vila Maria, em São Paulo, desde 2018. Mas, diferente de Bianca, que tem o samba como a sua fonte de renda, Sávia faz da dança uma realização pessoal.
Formada em educação física e direito, Sávia tem três lofts em Copacabana que aluga por temporada, e é com o dinheiro de sua empresa que ela cuida das despesas pessoais, já que as contas da casa e dos dois filhos ficam com o marido.
Dedicando cerca de 60% do rendimento em investimentos, Sávia conta que possui uma carteira de investimentos diversificada. Parte da aplicação está em renda fixa, especificamente em CDB, e outra parte em renda variável .
No Carnaval há 26 anos, Quitéria Chagas, à frente da Império Serrano, afirma que é muito difícil ganhar dinheiro como rainha de bateria: segundo ela, o mercado publicitário não enxerga as rainhas.
Casada e morando na Itália, a rainha conta que todos os gastos com o Carnaval saem do bolso de sua família, em especial do marido. "Mas eu, como mulher empoderada e profissional, quero ser reconhecida e ganhar dinheiro pelo meu trabalho. É por isso que eu luto”, explica.
Quitéria conta que, infelizmente, não. Os contratos publicitários são raros e, mesmo com 340 mil seguidores nas redes sociais, a maioria das marcas que entra em contato com ela buscam permuta.
Vanessa Alves, 40, começou a participar dos desfiles da Águia de Ouro em 2017. Venceu o concurso Musa do Carnaval de São Paulo, no programa Caldeirão do Huck, da Rede Globo e, ano passado, se tornou rainha da escola.
Vanessa é nutricionista e coordena umaUBS, em Indaiatuba, no interior de São Paulo. “Eu arco com todas as despesas de deslocamento entre uma cidade e outra. Então, tenho gasolina, pedágio, hospedagem todos os fins de semana e mais o figurino”, comenta.
E com todos estes gastos, ficaria fácil da rainha de bateria se perder, não é mesmo? “Eu tenho planilhas (de despesas) no meu computador em que controlo todas as entradas e retiradas”, conta.
Com este cuidado com as finanças, Vanessa consegue aplicar em uma carteira de investimentos bem diversificada, que contém ações e fundos imobiliários. Sua reserva de emergência é em RDB – muito parecido com o CDB.
Toda essa diversificação de ativos tem o objetivo de garantir uma aposentadoria tranquila e segura. Ela conta que tem a ajuda de seu amigo e assessor pessoal, Wesley, para aplicar o seu dinheiro nos investimentos certos para os seus objetivos.