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Produtos femininos têm, em média, carga tributária 40% maior do que a dos produtos masculinos. Entenda mais sobre o assunto na coluna especial para o dia 08 de março.
O termo imposto rosa vem do inglês pink tax e é uma expressão usada para se referir ao fato de que os produtos ditos femininos são bem mais caros que as versões neutras, ditas masculinas, e ainda possuem carga tributária elevada por serem considerados bens supérfluos.
Um exemplo são as lâminas de barbear. O mesmo produto, da mesma marca, nas cores rosa ou lilás e com o nome de aparelho de depilar, custa de 25% a 30% a mais que as versões tradicionais azul ou preto. E, este é apenas um exemplo. Entretanto, em outros produtos a variação de preço é tão grande que pode custar até o dobro do valor.
Mulheres recebem salário 22% menor em comparação com homens no Brasil, de acordo com os dados do IBGE.
Esta diferença já vem desde a infância. As roupas e os brinquedos de meninas são sempre mais caros do que os de meninos, em torno de 30% a mais, em média. Quem tem filhos certamente já percebeu esta diferença, pois a comparação é instantânea. E, conforme as crianças crescem, as diferenças vão aumentando na mesma proporção das necessidades.
Quando falamos de impostos, os produtos femininos têm, em média, carga tributária 40% maior que a dos produtos masculinos. A tributação sobre o absorvente, por exemplo, que é um bem de primeira necessidade para as mulheres é, em média 34,48%. Os produtos de higiene pessoal, como xampus e condicionadores, têm custo até 48% maior do que os oferecidos aos homens.
Se formos falar de cosméticos, o Brasil é o terceiro maior consumidor de cosméticos do mundo, a carga tributária para cosméticos nacionais fica em torno de 51,41% e dos importados 69,50%. Isto é, quase 70%.
Os argumentos das empresas é que os produtos diferenciados para o público feminino trazem a ideia de inclusão. Mas, será verdade? Será que o esforço para produzir um produto azul ou rosa é diferente?
Sempre é válido lembrar que os direitos das mulheres podem ainda ser considerados recentes para fins históricos. Faz somente 145 anos que as mulheres podem frequentar o ensino superior. Apenas em 1962 foram autorizadas a ter CPF e somente em 1974 a ter direito de possuir cartão de crédito. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), no ritmo atual a igualdade de fato entre homens e mulheres deve ser atingida somente em 300 anos.
As mulheres já avançaram muito em relação a direitos e espaços no ambiente corporativo e na sociedade em geral. Mas ainda há muito a avançar, principalmente em relação aos estereótipos em relação a finanças, como: mulher não sabe lidar com o dinheiro, gasta demais com supérfluos, não sabe investir. Por isto, defendo e trago dicas sobre consumo consciente que é a prática de repensar hábitos de consumo, promovendo um estilo de vida mais sustentável e equilibrado.