Por que a poupança é popular mesmo rendendo pouco?

Sandra Blanco, estrategista-chefe da Órama Investimentos, explica essa contradição

A caderneta de poupança é o investimento mais queridinho e popular dos brasileiros. Mas também é o vilão dos rendimentos. Afinal de contas, quem é essa tal de caderneta de poupança?

Criada em 1861 pelo imperador Dom Pedro II na Caixa Econômica Federal, a poupança surgiu para que as pessoas tivessem acesso a uma opção de investimento seguro, acessível e para diversos perfis. Mesmo após 161 anos, ela segue invicta como a queridinha dos brasileiros. Porém, também figura como uma das piores opções para quem quer investir.

Por que a poupança rende tão pouco?

E para se aprofundar mais nas atuais contradições da poupança como investimento, Anne Dias, editora da IF, conversa com Sandra Blanco, estrategista-chefe da Órama Investimentos.

Ela responde às seguintes perguntas:

  • Como a gente pode definir a caderneta de poupança?
  • Como é calculado o rendimento da poupança?
  • Por que a poupança rende tão pouco?
  • Por que ela é considerada um dos investimentos mais seguros? Ela tem risco, além o de não render ou de uma ministra confiscar?
  • Por que é o investimento mais popular do Brasil?
  • Por que as pessoas têm medo de sair da poupança, mesmo que seja para um CDB que teria risco semelhante a ela?

Milionários deixam R$ 52 bilhões na poupança

Acredite você ou não, mas a caderneta de poupança ainda é uma das principais opções de investimento de gente rica, muito rica. Hoje, 24 mil contas de poupança tem saldo superior a R$ 1 milhão, segundo dados de abril divulgados pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) . No total, são quase R$ 52 bilhões, ou R$ 2,2 milhões por conta.

Os juros da caderneta estão em 0,5% ao mês (ou 6,17% ao ano) mais a variação da Taxa Referencial (TR), que ficou zerada por anos. Já a Selic  está em 12,75% e deve mudar nesta quarta-feira (15), quando haverá uma nova decisão do Comitê de Política Monetária (Copom)  do Banco Central.

Jovens usam a internet para tirar dúvidas sobre dinheiro, mas ainda investem em poupança

Se você tem mais de 30 anos e se sente um pouco jurássico ao ver o seu amigo de trabalho, muito mais jovem, usando a tecnologia como se tivesse nascido com um tablet na mão, acalme-se, você não está sozinho. Uma ampla pesquisa feita pela Anbima , em parceria com o Datafolha, sobre o Raio X do Investidor Brasileiro mostra que a Geração Z (entre 16 e 25 anos) marca a virada definitiva das pessoas para os canais digitais financeiros.