O que é diversificar os investimentos e por que é uma boa ideia

Em quantos ativos diferentes entre si você investe? Cinco? Oito, se tanto? Os gestores de investimentos são categóricos: você deveria ter pelo menos 10 ativos em carteira. Isso sim é diversificação.

Diversificar investimentos é chance de você não ficar dependente de um tipo de ativo apenas. Ou dois. Quando você diversifica sua carteira, você está minimizando o risco de perder dinheiro. Você até pode perder dinheiro tendo uma carteira variada, mas a queda vai ser menor do que se seu portifólio estivesse concentrado.

“Uma carteira bem diversificada tem que olhar para todas as classes de ativos. Tem que ter renda fixa, renda variável, fundos de investimento, fundos imobiliários e até investimentos alternativos, como criptomoedas e cannabis. Tudo vai depender do perfil de cada pessoa”, diz Luis Sales, estrategista-chefe da corretora Guide Investimentos.

A lição dos tubarões

Grandes investidores já entenderam que a diversificação é a solução. Vamos analisar Ray Dalio, fundador da gestora Bridgewater Associates, com US$ 140 bilhões sob gestão, um dos maiores fundos de hedge do mundo. A estratégia dele é ter uma carteira com algumas regras, mas, a mais importante delas é a diversificação. Para Dalio, é preciso ter um equilíbrio entre os riscos dos ativos, e ainda considerar nesta conta os riscos de cenários e dos mercados. A gestora investe em 70 países em commodities, ações, títulos públicos, título privados e créditos de países emergentes, só para ficar em alguns.

A lição que se tira de um tubarão como Ray Dalio, diz Sales, da Guide, é que até os profissionais do mercado financeiro têm dificuldade em ver alguma tendência no mercado. “Portanto, a diversificação é o melhor caminho”, afirma Sales.

Quanto a você, investidor e investidora, a diversificação não é igual para todos. “Não adianta olhar para o que seu primo está fazendo ou os lucros que sua chefe obteve com o mercado de opções. As metas, a vontade de arriscar e os prazos deles certamente são diferentes dos seus”, afirma.

Por onde começar para diversificar os investimentos?

Se tem uma coisa que o Brasil é rico é em ativos financeiros. Dentro de cada classe, você vai encontrar uma boa quantidade de itens para investir. Antes disso, porém, você deve responder a essas quatro perguntas:

  • Quanto de risco você aguenta?
  • Qual é o seu prazo?
  • Para que você quer o dinheiro?
  • O que você já tem em carteira?

Feita essa lição de casa, é hora de ir para o mercado. A diversificação da sua carteira vai depender muito das suas quatro respostas. Mas, em uma coisa os especialistas concordam: ativo bom é aquele que você entende como ele funciona e que não te tira o sono.

“Siga seu plano, seja ele de longo prazo ou de baixíssimo risco. Mas foque sempre em diversificar, que é bastante trabalhoso, mas é a melhor fórmula de reduzir o risco da sua carteira”, afirma Eduardo Castro, sócio da gestora de investimentos Portofino Multi Family Office.

Castro lembra ainda um ponto fundamental: ter senso crítico ao investir, principalmente para aqueles que preferem terceirizar a administração da carteira. “É preciso fazer perguntas, sem vergonha, nem medo. Questionar se a carteira é ideal para o que você quer e quanto custa investir, por exemplo”, diz Castro.