Todas as atenções do mercado estão voltadas para os EUA nesta semana

Indicadores de atividade econômica e discursos de membros do banco central alimentam discussão sobre juros

As discussões sobre os rumos da inflação e dos juros nos Estados Unidos vão dar o tom do mercado financeiro na semana que começa. Diversos indicadores macroeconômicos mostrarão qual é o grau de aquecimento da atividade – o que é bom e ruim ao mesmo tempo. Uma economia que está girando bastante significa que riqueza está sendo produzida e circulando entre empresas, trabalhadores e poder público. Porém, aquecida demais, significa que logo o Fed (Federal Reserve, banco central americano) vai precisar aumentar mais os juros para tentar segurar a inflação.

Ninguém sabe exatamente qual é a linha que separa o saudável do perigoso. Ainda mais porque existem fatores externos fazendo os preços subir no mundo todo: a guerra na Ucrânia e, mais recentemente, o prolongado lockdown na China para conter a pandemia de Covid-19 levam à falta de insumos para a produção de máquinas, roupas e remédios, além de atrapalhar o abastecimento de alimentos.

Todas essas incertezas tendem a aumentar a volatilidade dos ativos tanto de renda variável como de renda fixa, e também das moedas. A cada índice divulgado, a vela do barco precisa ser ajustada.

Na terça, saem vendas no varejo e produção industrial, ambos referentes a abril. Na quarta, licenças para construção civil. Na quinta, pedidos iniciais de seguro-desemprego, vendas de casas usadas e o índice de atividade industrial do Fed de Filadelfia.

Falando mais especificamente da estratégia de política monetária, há discurso de três membros do Fed no começo da semana. Jeremy Powell, presidente do BC americano, fala na terça à tarde.

Brasil sem bússola

Enquanto os EUA têm uma profusão de índices para debater o cenário econômico, a greve do Banco Central, no Brasil, deixa nas sombras diversos aspectos. Programados para esta semana, não serão divulgados o boletim Focus, pesquisa que capta as previsões dos especialistas do mercado financeiro para dados como a inflação e os juros, e o IBC-Br, indicador de atividade econômica que acaba funcionando como proxy do PIB (Produto Interno Bruto).

AGENDA

Domingo (15)

  • 23h – China: produção industrial (abril)

Segunda-feira (16)

  • 9h55 – EUA: discurso de John Williams, membro do comitê de política monetária e presidente da sucursal Nova York do Fed

Terça-feira (17)

  • 6h – Zona do Euro: PIB do 1o. trimestre
  • 8h: IGP-10 (maio), da FGV
  • 9h – EUA: discurso de Jim Bullard, membro do comitê de política monetária e presidente da sucursal Saint Louis do Fed
  • 9h30 – EUA: vendas no varejo (abril)
  • 10h15 – EUA: produção industrial (abril)
  • 15h – EUA: discurso de Jeremy Powell, presidente do Fed
  • 15h30 – EUA: discurso de Loretta Mester, membro do comitê de política monetária e presidente da sucursal Cleveland do Fed

Quarta-feira (18)

  • 6h – Zona do Euro: índice de preços ao consumidor (abril)
  • 9h30 – EUA: licenças para construção civil
  • 11h30 – EUA: estoques de petróleo bruto

Quinta-feira (19)

  • 8h30 – Zona do Euro: publicação das atas da última reunião de política monetária do BCE (Banco Central Europeu)
  • 9h30 – EUA: pedidos iniciais de seguro-desemprego
  • 9h30 – EUA: índice de atividade industrial do Fed de Filadelfia
  • 11h – EUA: vendas de casas usadas (abril)

Sexta-feira (20)

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