Servidores do BC aprovam continuidade da greve

Funcionários pedem reajuste salarial de 27% e reestruturação de carreira

Os servidores do Banco Central (BC) decidiram hoje em assembleia manter a greve por tempo indeterminado com 85% dos votos. De acordo com o sindicato que representa a categoria, a reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), prevista para a quinta-feira (26), poderá ter escopo reduzido.

Segundo apurou o Valor, cerca de 75% da equipe do departamento de fiscalização da autarquia parou as atividades e a mobilização gerou atraso na elaboração de documentos essenciais para as análises do comitê.

A divulgação do relatório de estabilidade financeira, por exemplo, estava prevista para 26 de abril, mas o processo está parado na terceira de seis etapas de revisão. As apresentações que antecedem o Comef serão realizadas apenas por servidores que não aderiram à greve.

Os trabalhadores cruzaram os braços em 3 de maio pela segunda vez neste ano. Eles pedem reajuste salarial de 27% e reestruturação de carreira. O BC chegou a enviar uma proposta de Medida Provisória (MP) com reposição de 22% e com alguns itens da pauta não-salarial, mas o texto foi retirado no mesmo dia por “inconsistências”.

Desde então, a diretoria da autoridade monetária não sinalizou aos servidores reenvio do documento. O movimento dos servidores adiou a publicação de dados, indicadores e relatórios essenciais para o mercado financeiro, como o relatório Focus, fluxo cambial e estatísticas de crédito e do setor externo.