Quem ganhou e quem perdeu no primeiro trimestre com o fim do Extra Hiper?

XP avalia o impacto do fechamento das lojas no desempenho de Carrefour e GPA Brasil

O fechamento das lojas Extra Hiper foi benéfica para a operação de varejo do Carrefour no primeiro trimestre de 2022, uma vez que eles perderam temporariamente um competidor, avalia a XP.

Em contrapartida, foi desfavorável para o GPA Brasil já que suas lojas tiveram questões de ruptura decorrentes de ajustes na malha logística, comentam os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt.

“Nós acreditamos que essa forte recuperação nas vendas de alimentos teve um impacto positivo do fechamento de lojas Extra durante o trimestre, apesar de notarmos que isso é temporário, uma vez que as lojas do Assaí devem abrir a partir do terceiro trimestre”, dizem em relatório.

Por outro lado, o fechamento do Extra foi um desafio para os resultados do GPA tanto no varejo alimentar como nos postos de gasolina, ponderam.

A equipe da XP ressalta que o destaque positivo foi o crescimento do Atacadão, operação de atacarejo do Grupo Carrefour Brasil, com o indicador vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) com avanço de 9,2% na comparação com um ano antes.

“No caso do Assaí, as vendas mesmas lojas vieram levemente abaixo do Atacadão, o que acreditamos ser explicado pela adição de lojas Makro na base de comparação, desempenho do atacado de distribuição ou competitividade de preços”, avaliam, acrescentando que o crescimento de vendas do Assaí foi superior, em 21% na base anual.

Os analistas destacam ainda os resultados digitais do Carrefour, com o volume bruto de mercadorias (GMV) tendo forte crescimento, de 51% na comparação anual, puxado pelo segmento alimentar.

“O Atacadão continua sendo um importante vetor desse crescimento uma vez que ele representa quase 60% do total do GMV alimentar. Com isso, o indicador do Carrefour já supera em mais de 40% o do GPA Brasil, excluindo o Extra”, avaliam.

Ainda sobre os resultados das prévias do varejo alimentar, Eiger, Senday e Suedt observam que ainda não têm visibilidade da rentabilidade do setor, métrica importante para definir o tom da leitura sobre os números do primeiro trimestre.

A XP tem recomendação de compra para Assaí, com preço-alvo de R$ 22 por ação ordinária. Para GPA e Carrefour Brasil, a recomendação é neutra, com preços-alvo de R$ 32 e de R$ 22 por ação ordinária.