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Lula critica ‘guardar dinheiro’ e diz que governo não pode aceitar PIB estagnado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira, em reunião ministerial com parte dos integrantes da Esplanada e da equipe econômica, que seu governo “não pode aceitar a ideia de que o PIB não vai crescer”. Lula cobrou que seus ministros “não chorem o dinheiro que falta no Orçamento”, mas, façam bom uso dos recursos que têm. Na avaliação dele, o PIB irá crescer se o governo conseguir gerar emprego com “pequenas coisas”.
Neste sentido, Lula elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por ser “criativo” e disse que ele e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, irão “arrumar dinheiro” para os investimentos necessários ao país.
Durante a abertura da reunião ministerial, Lula adotou um tom bem diferente do 1º encontro do governo, realizado no início de fevereiro. O presidente parabenizou o governo por agir rápido na crise provocada pelos deslizamentos no litoral norte de São Paulo.
Em seguida, ao comentar sobre a política econômica, Lula afirmou que as restrições de orçamento devem fazer o governo “utilizar bem o dinheiro que tem”.
“Não podemos ficar chorando o dinheiro que falta. E é por isso que o Haddad é ministro da Fazenda, ele é criativo. Se a gente não tiver dinheiro, a gente vai atrás dele e ele vai ter que arrumar. Ele e a Simone vão arrumar o dinheiro que nós precisamos para fazer os investimentos que precisamos nesse país”, disse Lula.
PIB
Lula também disse que o governo “não pode aceitar a ideia de que o PIB não irá crescer”. Segundo ele, por meio da geração de emprego com “pequenas coisas”, o produto interno produto pode ficar no azul. “Nós vamos dizer que o PIB vai crescer porque vamos fazer ele crescer, vai crescer porque vamos gerar emprego e vamos gerar emprego com as pequenas coisas”, afirmou.
O discurso foi feito na abertura da reunião que aconteceu por volta de 10h no Palácio do Planalto. A ideia do encontro é justamente discutir investimentos na área de infraestrutura. No começo da reunião, Lula também criticou a possibilidade de o governo federal “guardar dinheiro”.
“Não dá para a gente achar que o gostoso nesse país é guardar dinheiro. Dinheiro bom é transformado em obras, em melhoria da qualidade de vida do povo e, sobretudo, em emprego”, argumentou.
Bancos Públicos
Em seguida, Lula disse que pretende fazer outra reunião para cobrar o papel dos bancos públicos na alavancagem de investimentos. Para o presidente, esses bancos não podem “ser proibidos de emprestar dinheiro”.
“Eu quero saber o papel dos bancos públicos para alavancar os investimentos nesse país, para pequenos e médios empreendedores, cooperativas, grandes empresários, para Estados com capacidade de endividamento. Não pode ser proibido emprestar dinheiro para você construir um ativo que vai aumentar o patrimônio desse país e melhorar a vida do povo”, defendeu.
Antes de passar a palavra para os ministros, Lula se disse entusiasmado para ouvir as propostas de ministros para a retomada de obras públicas e lembrou do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), política pública de 2007. Neste sentido, o presidente cobrou o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, a bolar um “novo nome” para o programa.
“Eu estou muito orgulhoso com o que vocês conseguiram produzir. Tenho certeza que vocês vão me surpreender com as propostas que vão fazer hoje. Precisamos criar um novo nome para o PAC. Ele foi muito importante, mas precisamos inovar”, disse. “O PAC foi uma coisa extraordináriaa. O sucesso do PAC é porque começamos ouvindo governadores, milhares de prefeitos e aí construímos um arcabouço de propostas. lamentavelmente descobri agora que temos 14 mil obras paralisadas em todas as áreas”, complementou.
Viagens pelo Brasil
Por fim, Lula disse que sua cobrança junto aos ministros se deve em razão da intenção de viajar o país para inaugurar novos equipamentos públicos. “Vou fazer uma viagem para a China e quando voltar quero viajar o brasil inaugurar escolas, estradas, creches, escolas técnicas, universidades. Temos que colocar esse país para funcionar”, afirmou.
Participam da reunião ministros como Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Renan Filho (Transportes), Márcio França (Portos e Aeroportos), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Juscelino Filho (Comunicações) e Jader Filho (Cidades). Além disso, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também está presente. Apesar disso, o nome dela não constava na agenda divulgada previamente pelo Palácio do Planalto.
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