Genial/Quaest: Lula lidera corrida presidencial com 46% contra 30% de Bolsonaro

Petista amplia chance de ser eleito já no primeiro turno

A nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, publicada nesta quarta-feira (8), mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ser eleito no primeiro turno. No cenário mais completo da sondagem, Lula lidera com 46% das intenções de voto contra 41% dos demais postulantes somados.

Na busca pela reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece em segundo, com 30%. Ciro Gomes (PDT) vem em terceiro na corrida presidencial, com 7%, seguido por André Janones (Avante), com 2%, Simone Tebet (MDB), com 1%, e Pablo Marçal (Pros), com 1%. Os outros pré-candidatos não pontuaram.

Em um eventual segundo turno, o petista venceria Bolsonaro (por 54% a 32%), Ciro (por 52% a 25%) e Tebet (por 56% a 20%). Já no quesito rejeição, Bolsonaro lidera: 60% dizem que não votariam de jeito nenhum no atual mandatário. Ciro tem 52% e Lula 40%. Tebet aparece com apenas 17% de rejeição, mas 77% dos entrevistados disseram não conhecer a senadora.

O levantamento foi feito entre 2 e 5 de junho com 2.000 pessoas com 16 anos ou mais. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

O que tem favorecido Lula e ampliado a chance de o petista vencer no primeiro turno?

Felipe Nunes, diretor da Quaest Pesquisa, aponta que a péssima percepção do eleitor sobre a situação econômica ajuda a entender porque Lula está na frente. “Para 44% dos brasileiros, a economia é o principal problema enfrentado pelo país atualmente”, diz. “Quando dividimos a economia em sub-temas, identificamos que a inflação passou a ser o principal fator de preocupação do eleitor brasileiro. Em setembro de 2021, só 6% diziam que a inflação era o principal problema do país. Hoje, são 23%”, acrescenta.

Nunes destaca também que, para 57% dos brasileiros, está ficando mais difícil pagar as contas nos últimos meses. Além disso, 63% dizem que a economia brasileira piorou no último ano. “Tudo isso ajuda a explicar porque o governo está tentando de tudo para diminuir a pressão inflacionária criada pelo aumento dos combustíveis”, observa. “Se para 66% dos brasileiros a situação econômica influencia muito ou mais ou menos o voto para presidente, Bolsonaro precisa encontrar saídas que tirem do seu colo a responsabilidade pelo problema”, avalia.

O direto da pesquisa considera que o presidente “precisa fazer isso logo, porque cresceu o percentual de brasileiros que afirmam que é Bolsonaro o principal responsável pelo aumento nos preços dos combustíveis (passou de 24% para 28% em dois meses)”. “Para piorar, Bolsonaro enfrenta o candidato cujo governo é tido por 62% dos eleitores como o melhor da história recente para fazer seu salário ter mais poder de compra. Ou seja, até eleitores adversários reconhecem que o salário valia mais durante o governo Lula”, completa.