Aumento dos combustíveis: Lira ameaça ‘discutir política de preços da Petrobras’

Presidente da Câmara escreveu em rede social que a companhia 'está em guerra com o Brasil'

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criticou na quinta-feira a decisão da diretoria da Petrobras de anunciar novos aumentos de preços em gasolina e em diesel. O assunto foi debatido em reunião extraordinária do conselho de administração da empresa, encerrada na noite de ontem e convocada às pressas, em pleno feriado de Corpus Christi.

“A República Federativa da Petrobras, um país independente e em declarado estado de guerra em relação ao Brasil e ao povo brasileiro, parece ter anunciado o bombardeio de um novo aumento nos combustíveis”, disse Lira, em sua conta no Twitter.

Ele apontou que o novo aumento acontece em meio a tentativas do Congresso de aprovar medidas para conter o avanço dos preços. Na quarta-feira, a Câmara aprovou um projeto de lei que limita em até 17% a alíquota de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, serviços de telecomunicações e transporte público.

“Enquanto tentamos aliviar o drama dos mais vulneráveis nessa crise mundial sem precedentes, a estatal brasileira que possui função social age como amiga dos lucros bilionários e inimiga do Brasil”, afirmou.

Lira também anunciou que vai convocar uma reunião de líderes na próxima segunda-feira para discutir a política de preços da Petrobras. “Na segunda-feira, estarei convocando uma reunião de líderes para discutir a política de preços da Petrobras. Política da Petrobras, que pertence ao Brasil e não à diretoria da Petrobras.”

Bolsonaro fala em ataque ao governo

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, durante a “live” de ontem, que se a Petrobras decidir aumentar o preço do diesel e da gasolina isso vai demonstrar que a estatal age por “interesse político, para atingir o governo federal”. “Eu só posso entender que seria, um reajuste da Petrobras agora, um interesse político, para atingir o governo federal”, disse Bolsonaro.

O presidente disse esperar que não haja reajuste e que “a Petrobras não faça essa maldade com o brasileiro”. Segundo ele, a estatal está “rachando de ganhar dinheiro”. “Quanto mais o povo está sofrendo, mais felizes estão os diretores do atual presidente da Petrobras.”

Ele também voltou a defender a troca do presidente da estatal, comandada por José Mauro Ferreira Coelho. O novo nome indicado pelo governo, Caio Mário Paes de Andrade, ainda não teve o nome avaliado pelo conselho de administração.

“A gente espera que a Petrobras não reajuste os combustíveis. Eles têm total liberdade, eu não mando nada lá. Nós trocamos o ministro de Minas e Energia e está tentando mudar a presidência e a diretoria da Petrobras. Mas está complicado porque é uma burocracia enorme, não depende de nós”, explicou Bolsonaro.