Setor de commodites ajuda Ibovespa a subir 1,5%; volatilidade dispara

Minério de ferro avançou 4,4%, para US$ 99,83 a tonelada; investidores profissionais estão alertas para movimentos de day trade

A Bolsa de Valores brasileira, B3, teve um dia de montanha-russa: começou a terça-feira (23) em alta, passou a cair no meio da sessão, e depois voltou a subir. O Ibovespa, principal índice acionário do país, terminou o pregão em alta de 1,5%, aos 103.653 pontos.

As produtoras de commodities foram o destaque na B3 pelo segundo dia seguido: o Imat (Índice de Materiais Básicos), que reúne o setor, ganhou 2% hoje, na maior alta entre sete grupos.

A Vale e as siderúrgicas seguiram a elevação do minério de ferro, que subiu 4,4% nesta terça, para US$ 99,83 a tonelada, no porto chinês de Qingdao, referência internacional para a cotação. A elevação reflete as apostas de que o governo chinês vai intervir para estimular a economia do país, o que aumentaria a demanda por aço.

Com a disparada de 3,5% do petróleo tipo Brent, para US$ 82,52 o barril, a Petrobras subiu 5,5%, cotada a R$ 27,80. A PetroRio também subiu 5,3%, a R$ 22,67. O avanço do dólar também impulsiona essas empresas, que têm receita na moeda americana. Hoje, o dólar comercial fechou em alta de 0,27%, a R$ 5,6083, depois de ter superado os R$ 5,66 durante o expediente. O dólar turismo está a R$ 5,8293, após alta de 0,20%.

No Brasil, as atenções seguem concentradas sobre a tramitação da PEC dos Precatórios no Senado. Mais cedo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), voltou a dizer que não há como haver reajuste de servidores dentro do novo espaço criado pela mudança na regra do teto e do adiamento do pagamento dos precatórios. Ele afirmou ainda que, até 3 de dezembro, “precisa estar tudo consolidado dentro do Orçamento.”

A volatilidade de cinco anos do Ibovespa está em 37,3%, comparada com 19,3% do S&P500, de acordo com dados da agência Bloomberg. Os investidores profissionais estão se preparando para mais sobe-e-desce. Como as perspectivas para a economia brasileira continuam negativas – devido ao aumento da inflação, dos juros e à desaceleração da atividade –, as altas que acontecem são pontuais e abrem espaço para o day trade: compra e venda de ações no mesmo dia.