Criptomoedas alternativas ao bitcoin, ether e solana comandam recuperação do setor no início de 2023

O desempenho contrasta com a série de notícias negativas, como a crise do banco Silvergate e a possibilidade de quebra da Genesis

Bitcoin (BTC), ethereum (ETH) e algumas das principais criptomoedas iniciaram a segunda semana do ano com ganhos consistentes atribuídos à melhora na percepção de risco com a reabertura da economia chinesa e a perspectiva de redução no ritmo da alta de juros pelo mundo.

Criptomoedas alternativas ao bitcoin, caso do ether e do token SOL da Solana, saíram na frente na recuperação do segmento de ativos digitais no início de 2023. No ano, o ether sobe 10,2%, enquanto o bitcoin acumula alta de 4,4%. O token da Solana, rede de blockchain penalizada pela quebra da FTX, teve recuperação de 63,4% no ano.

O desempenho positivo, que acelerou no domingo, contrasta com a série de notícias negativas do mercado cripto, como a crise do banco Silvergate e a possibilidade de quebra da Genesis, que faz parte do conglomerado Digital Currency Group (DCG).

Perto das 9h20 (horário de Brasília), o bitcoin tinha alta de 1,8% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 17.252,38, enquanto o ether, moeda digital da rede ethereum, tinha ganhos de 4,5% a US$ 1.319,75, conforme dados do CoinGecko.

O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 889 bilhões. Em reais, o bitcoin subia 2,66% a R$ 91.948,46 e o ether tinha alta de 5,21% a R$ 7.016,92, de acordo com valores fornecidos pelo MB.

Na avaliação da Bybit, a alta recente das modas digitais não pode ser vista ainda como uma “mudança de tendência” porque os níveis de negociação ainda estão baixos e, no cenário macroeconômico, nada ainda mudou.

“Além disso, ainda há diversos complicadores no mercado como a situação da Gênesis com a Gemini que ainda não foi resolvida e, ao que parece, não deve ser resolvida tão rápido como querem os investidores”, disseram os analistas da casa, ressaltando que uma possível ação da SEC (CVM dos EUA) contra o DGC pode, potencialmente, afetar todo o segmento de ativos digitais, com maior impacto do que a FTX.

André Franco, chefe de análise do MB, também coloca em dúvida a sustentabilidade dos ganhos recentes das criptomoedas nesta semana.

“Com a perspectiva de começo de ano mais desafiadora, não é esperado que essa alta se sustente ao longo da semana. O saldo de bitcoins nas mãos dos investidores de longo prazo (LTH) atingiu uma nova máxima e ao todo possuímos 14 milhões de bitcoins nessa métrica. O saldo de ethers depositados na Beacon Chain para validação aumentou em pouco mais de 8 mil ETH, assim estabelecendo um novo recorde”, disse.

Na agenda da semana, a quarta-feira terá as divulgações do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) e do Índice de Preços ao Produtor (PPI) relativos a dezembro na China, ambos às 22h30 (horário de Brasília).

O destaque da agenda, no entanto, é o CPI dos EUA de dezembro, que sai na quinta-feira (12), às 10h30. Uma inflação abaixo do esperado pode impulsionar os mercados de renda variável, ao passo que valores acima das projeções dos economistas devem trazer pessimismo e quedas tanto para as bolsas de valores quanto para o mundo dos criptoativos.