Pessimismo sobre juros e inflação faz Ibovespa cair 1,67%

Ações de varejistas e bancos, que dependem do mercado interno, têm as maiores quedas do pregão

O mercado financeiro brasileiro até esperava que o Banco Central aumentasse a taxa básica de juros brasileira em 1,5 ponto percentual na quarta-feira (8), como de fato aconteceu, mas a sinalização de que a política monetária continuará dura surpreendeu. Com medo de uma recessão mais forte no país em 2022, os investidores estão se livrando das ações de empresas que dependem mais do mercado interno, como as varejistas e os bancos.

O Copom (Comitê de Política Monetária do BC) decidiu, ontem, elevar a Selic para 9,25% ao ano, o maior patamar desde 2017. No comunicado divulgado junto com a informação sobre o aumento, a autoridade monetária disse que irá perservar até que tenha sucesso em segurar a inflação. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), está em 10,67% no acumulado de 12 meses até outubro. O aumento de preços corrói a renda dos consumidores, e a elevação de juros os desestimula a fazer compras parceladas, além de desanimar os empresários que estão considerando fazer investimentos em seu negócio. Por isso, as perspectivas para a economia no próximo ano seguem fracas.

O Ibovespa terminou o dia em queda de 1,67%, aos 106.291 pontos. As piores baixas foram das Lojas Americanas (-9,41%, a R$ 5,10) e do Magazine Luiza (-7,3%, a R$ 6,31).

Entre as empresas que estão vendo as suas perspectivas melhorar está a companhia aérea Gol. A cada vez mais confiante perceção de que a variante do novo coronavírus ômicron não é mais letal do que as demais ajudou as ações da empresa a avançar 3,59%, a R$ 19,35 pelo otimismo de que o setor de turismo vai continuar se recuperando da pandemia.