Mercado hoje: Ibovespa cai e dólar sobe a R$ 5,20 com pressão de exterior negativo
A Bolsa de Valores tentou se recuperar da firme queda sofrida ontem, mas o exterior negativo pesou e o Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira (31). O índice caiu 0,82%, para 109.522 pontos. Já o dólar continuou sua trajetória de valorização ante o real e fechou em alta de 1,74%, negociado a R$ 5,2007.
Com o resultado de hoje, o Ibovespa acumulou alta de 6,16% em agosto. No mesmo período, o dólar subiu 0,45% ante o real. O dólar não fechava acima dos R$ 5,20 desde o início deste mês, no dia 4 (R$ 5,2228).
A moeda norte-americana ganhou força no exterior com perspectivas de alta de juros nos Estados Unidos e dados de inflação na Europa que também alimentam a expectativa por juros mais altos no bloco.
A inflação na zona do euro medida pelo CPI avançou 9,1% em agosto em comparação a um ano antes, acima dos 8,9% de julho.O dado veio acima do esperado pelos economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”, de 8,9%, impulsionando a aposta em uma elevação de juros de 0,75 ponto percentual em 8 de setembro, data da próxima reunião do Banco Central Europeu (BCE).
O dólar pode se fortalecer ainda mais no curto prazo com a alta de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), a crise energética da Europa e a recuperação mais lenta do que o esperado da China, afirma a UBS Global Wealth Management.
O clima de aversão ao risco fez com que os principais índices acionários dos EUA fechassem em queda. O Dow Jones caiu 0,65%, enquanto o S&P 500 teve queda de 0,53% e o Nasdaq Composite perdeu 0,30%.
No cenário local, investidores conheceram dados sobre o mercado de trabalho no Brasil. A taxa de desemprego no país ficou em 9,1% no trimestre móvel encerrado em julho de 2022. O resultado ficou abaixo do verificado no trimestre móvel anterior (encerrado em abril, de 10,5%) e também abaixo do resultado de julho de 2021 (13,7%), mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad ) Contínua divulgada nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou acima da mediana das expectativas de 27 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor, que apontava para uma taxa de 9% no trimestre encerrado em julho. O intervalo das projeções ia de 8,8% a 9,2%.
Destaques do Ibovespa
As ações da Petrobras (PETR4) subiram 2,94% depois de um tombo de mais de 5% na véspera. Os futuros do petróleo Brent caíram 2,24% em meio à possibilidade de recessão global e com comentários da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de que cortes na produção não estão sendo cogitados para a próxima semana.
PetroRio (PRIO3) virou durante o pregão e fechou em alta de 1,64% e 3R Petroleum (RRRP3) subiu 0,51% depois de recuar mais de 1,6%.
Ações ligadas ao minério de ferro ensaiaram recuperação depois de alguns pregões de queda, mas tiveram desempenho tímido. Vale (VALE3) recuou 0,72%, Gerdau (GGBR4) caiu 0,93% e Usiminas (USIM5) teve queda de 0,37%.
Os papéis da EDP (ENBR3) subiram 2,39% depois que a empresa anunciou a venda da hidrelétrica de Mascarenhas, em Minas Gerais por mais de R$ 800 milhões.