Ibovespa fecha em queda com risco fiscal superando otimismo externo

Queda vem mesmo com fechamentos recordes de S&P 500 e Dow Jones

Olhando para fora, a Bolsa brasileira tinha tudo para ir bem nesta terça-feira (4), mas o humor dos investidores daqui foi afetado pela preocupação com o fiscal do país, o que fez o Ibovespa fechar em queda. O principal índice acionário do Brasil caiu 0,39%, para 103.513 pontos. Já o dólar avançou 0,44%, a R$ 5,6897. 

Os investidores estão de olho em falas que envolvem a situação fiscal do Brasil. Ontem, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), disse que o teto de gastos precisa ser revisto, o que soou como uma música de terror nos ouvidos dos investidores. O mercado ainda acompanha a recuperação do presidente Jair Bolsonaro, que está internado em um hospital de São Paulo para tratar de uma obstrução intestinal. Estes são, por enquanto, os principais assuntos do pregão desta terça no cenário interno.

As units do Banco Inter (BIDI11) despencaram 13,68% com o programa de recompra de ações anunciado ontem pela companhia ainda reverberando. A varejista Petz (PETZ3) também teve desempenho ruim, com queda de 8,91%, seguindo tendência de baixa observada em dezembro. 

Na ponta positiva as ações ligadas a commodities dominaram. O preço do minério disparou 7% depois que China e Japão reportaram PMIs industriais melhores que os esperados pelo mercado. Com isso, CSN Mineração (CMIN3) subiu 7,09% e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) avançou 2,04%. 

Lá fora, o clima é de otimismo. S&P 500 e Dow Jones renovaram máximas históricas. Na Europa, a tendência foi a mesma, com o FTSEurofirst 300 fechando em alta de0,84%. O bom humor vinha do fato de a Ômicron estar sendo visto como variante menos agressiva da Covid-19. “Estamos vendo mais e mais estudos apontando que a Ômicron infecta a parte superior do corpo. Diferente das outras, que podem causar pneumonia grave”, disse o gerente de incidentes da OMS, Abdi Mahamud.