Ibovespa tem leve queda, enquanto Petrobras busca recuperação

Investidores aguardam a divulgação da ata da última reunião do Fed

O Ibovespa exibia pouca variação na sessão desta quarta-feira, enquanto investidores aguardam a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que ocorre às 15h. A leve tendência negativa do índice é explicada por uma correção nos papéis do setor financeiro, conforme investidores realizam alguma rotação em seus portfólios.

Às 13h, o índice perdia 0,11%, aos 110.454 pontos, tocando os 109.699 pontos na mínima intradiária e os 110.580 pontos na máxima. O volume financeiro negociado até aqui foi de R$ 7,8 bilhões, em sessão pouco líquida, com projeção de alcançar um giro de R$ 18,3 bilhões ao final do dia. Lá fora, o S&P 500 crescia 0,50%, Dow Jones ganhava 0,21% e Nasdaq subia 0,83%.

O cenário internacional segue, entre sessões de queda e recuperação, delicado para ativos de risco. As pressões inflacionárias não têm abrandado e já começam a afetar as margens das empresas, em um momento em que as economias globais também dão sinais de diminuição de fôlego. Mesmo se mostrando menos suscetível às oscilações, o Ibovespa também não tem apresentado um viés definido nos últimos pregões.

“Ver o IBOV nos 110 mil pontos me preocupa em termos técnicos porque não é exatamente uma referência. Pode subir para 113 mil pontos ou recuar para 107 mil. Mas a cautela de hoje é pela ata do Fed, já que investidores querem ver o tom da comunicação, se ainda há espaço para precificação de algum aspecto. Eu entendo, a priori, que não, e o fechamento positivo do índice local ontem, após uma sessão amplamente negativa, é um bom sinal”, diz Enrico Cozzolino, sócio e analista da Levante.
A sessão inverte, até aqui, o movimento visto nos últimos pregões, que trazia bancos e commodities para cima em detrimento dos setores mais ligados à economia local. Rede D’Or ON subia 5,38%, SulAmérica units recuperava 4,97% e MRV ON ganhava 3,83%. Já o setor financeiro, no que analistas descrevem como uma rotação natural, liderava as perdas do índice: Itaú PN -1,64%, Bradesco PN -1,08%, Banco do Brasil ON -2,43% e Santander units -3,06%.

Petrobras ON e PN, que amargaram queda na sessão anterior, tinham recuperação parcial, com altas de 1,13% e 1,1% respectivamente. O conselho de administração da estatal reúne-se hoje para discutir a troca no comando da companhia. José Mauro Coelho deve permanecer no cargo até a assembleia geral extraordinária, que será convocada pelo conselho. 3R Petroleum ON ganhava 3,1% e PetroRio ON subia 1,51%, conforme o petróleo se mantém em patamares elevados.

De volta à ponta negativa do índice, Carrefour ON caía 1,92% após Cade aprovar, com restrições, a operação entre o Big e o Atacadão, afiliada brasileira do Grupo Carrefour. Será necessária a venda de algumas unidades de autosserviço (supermercado, hipermercado, atacarejos ou clubes de compras) do grupo Big. A decisão foi unânime. O Cade não divulgou quantas e nem o prazo, mas, segundo uma fonte informou ao Valor, seriam 14 unidades.

Fora do setor de energia, as “blue chips” (empresas mais representativas do índice) também apresentavam correção. Itaú PN declinava 1,72%, Banco do Brasil ON cedia 2,51% e Santander units tinha baixa de 3,35%; CSN ON perdia 0,29% e Gerdau PN recuava 1,34%. Vale ON oscilava positivamente em 0,14%.