Estrangeiros na B3: entrada de capital em janeiro é a segunda maior dos últimos 10 anos

O fluxo de capital externo no mês ficou positivo em R$ 32,49 bilhões
Pontos-chave:
  • Fluxo de capital externo no mês de janeiro ficou positivo em R$ 32,49 bilhões
  • Valor aportado no primeiro mês do ano representa a segunda melhor marca mensal da categoria nos últimos 10 anos, em valores nominais

Os investidores estrangeiros aportaram R$ 1,88 bilhão em recursos no segmento secundário da B3 (ações já listadas) na segunda-feira, dia 31 de janeiro, dia em que o Ibovespa fechou em alta de 0,21%. Com isso, o fluxo de capital externo no mês ficou positivo em R$ 32,49 bilhões, assim como o acumulado anual.

Também no dia 31 de janeiro, o investidor pessoa física sacou R$ 566,9 milhões líquidos na B3, ampliando o déficit mensal e anual para R$ 6,73 bilhões. Já o investidor institucional retirou R$ 1,36 bilhão no mesmo dia, aprofundando seu saldo negativo para R$ 28,37 bilhões em 2022. As informações foram divulgadas pela B3.

Os R$ 32,49 bilhões aportados em janeiro representam a segunda melhor marca mensal da categoria nos últimos 10 anos, em valores nominais. Além disso, o grupo completou 4 meses consecutivos de saldos positivos.

O movimento recente é explicado por analistas como uma busca do investidor estrangeiro por ações de “valor” descontadas – como as de commodities -, enquanto há uma desvalorização dos papéis de “crescimento” nos Estados Unidos por conta da iminente mudança na política monetária do Federal Reserve.

Não existem, no entanto, perspectivas de quão longo pode ser o movimento, já que não houve mudanças estruturais nos ambientes macroeconômico e fiscal e o país terá um ano eleitoral pela frente.

Ao analisar os dados da categoria coletados pelo Valor Data desde janeiro de 2012 (valores não corrigidos), o montante só fica atrás de novembro de 2020, quando o superávit entre entradas e saídas foi de R$ 33,23 bilhões. À época, também foram quatro meses seguidos de aportes antes de ocorrer um período de saques.

Entre os períodos mais negativos, destaque para a janela entre dezembro de 2019 e os três primeiros meses de 2020, quando os investidores internacionais sacaram R$ 69,4 bilhões da bolsa nacional. À época, o novo coronavírus avançava e obrigava agentes globais a fugir do risco.