Dólar firma queda, negociado abaixo de R$ 4,70

Investidores aguardam comentários de Campos Neto em evento nesta segunda

Após leve volatilidade, o dólar comercial firmou-se na queda na manhã desta segunda-feira. O câmbio reflete os movimentos oscilantes do exterior, onde commodities têm uma manhã positiva ao mesmo tempo que investidores avaliam os dados econômicos mistos da China divulgados na véspera.

Por volta das 11h25, o dólar comercial caía 0,45%, sendo negociado a R$ 4,6757 no mercado à vista. Na mínima intradiária, chegou a R$ 4,6588. No mercado futuro, a moeda também recuava, com o contrato de maio caindo 0,77%, para R$ 4,6815.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra uma cesta de seis divisas fortes, avançava 0,25%, a 100,57 pontos. A moeda americana ganhava ante a maioria da outras moedas globais. Entre pares emergentes, subia 0,37% em relação ao rand sul-africano, avançava 0,15% ante a lira turca e operava praticamente estável contra o peso mexicano.

No mercado externo, o petróleo e a soja operam em alta de mais de 1%, favorecendo o desempenho do dólar por aqui. “De maneira geral, o tom do mercado mudou desde a abertura das bolsas de Nova York”, comentou Sergio Zanini, sócio e responsável pela gestão de fundos líquidos da Galapagos Asset.

Lá fora, as bolsas da Europa continuam fechadas por conta do feriado de Páscoa. Com isso, agentes do mercado têm como foco os dados econômicos chineses. A economia do gigante asiático expandiu a um ritmo anual de 4,8% no trimestre de janeiro a março. Além disso, foram divulgados outros dados, como vendas no varejo, produção industrial e vendas de casas. “Os dados foram vistos com certa cautela. Diria que o tom vindo da china foi marginalmente negativo”, acrescentou Zanini.

O que pode influenciar o mercado

Os investidores devem reagir nesta segunda-feira à aparição pública do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, depois de comentários sinalizando reanálise do cenário de inflação da autoridade pela surpresa do IPCA de março. Campos participa de painel organizado pelo Fundo Monetário Internacional, às 15h30.

Além disso, os investidores monitoram a mobilização dos servidores federais, que pode gerar ansiedade no mercado ao por em risco a trajetória das contas públicas, depois de o governo federal ter anunciado a concessão de reajuste linear de 5% a todo o funcionalismo. Servidores do Judiciário informaram, na quinta, que iriam ao Supremo Tribunal Federal contra o reajuste, ao passo que funcionários do Tesouro e da Controladoria Geral da União devem intensificar os protestos. No Banco Central, a greve dos servidores já leva à terceira semana em que a autoridade não divulga o Boletim Focus.