Dólar cai até R$ 5,20 com ajuste e fluxo

Moeda americana exibia queda firme desde os primeiros negócios

Mesmo com menos força que mais cedo, o dólar manteve a tendência de queda vista desde o início da manhã. O mercado de câmbio tenta se ajustar às perdas do real na véspera, ao mesmo tempo que se beneficia dos ganhos em commodities no exterior e acompanha o noticiário político local. A formação da taxa Ptax de fim de mês, que acontece nesta quinta-feira (30), também influencia os negócios.

Por volta das 13h05, o dólar recuava 0,43%, sendo negociado a R$ 5,2427 no mercado à vista. Na mínima do dia, foi a R$ 5,2092. No mercado futuro, o recuo era de 0,56%, a R$ 5,2460 para o contrato de julho.

“Hoje parecia ser mais um dia de ganhos por aqui, mas ontem deu uma exagerada. Agora, as commodities estão bem em alta e há um fluxo de entrada no spot”, comentou Marcos Weigt, diretor de Tesouraria do Travelex Bank.

Weigt acrescenta que as operações para formação da Ptax de fim de mês também balizam as operações, mas pontua que o noticiário político também entra na conta.

Mais cedo, agentes do mercado local acompanharam a apresentação da PEC dos Combustíveis pelo senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), relator da emenda constitucional. A leitura dos agentes de mercado é a de que os riscos fiscais ainda são significativos atualmente, especialmente diante da proximidade das eleições e da necessidade do atual governo de melhorar seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto.

Bezerra Coelho confirmou nesta quarta-feira que decidiu elevar para R$ 38,75 bilhões o impacto fiscal da proposta, informação que havia sido adiantada pelo Valor. Todo o montante ficará fora do teto de gastos e não estará vinculado a nenhuma receita da União, o que foi uma demanda da equipe econômica.

Já no exterior, apesar do controle do avanço da covid-19 na China — que vinha sendo monitorado de perto pelos investidores —, as preocupações em relação a uma desaceleração econômica global persistiram e aumentaram, à medida que os principais bancos centrais anunciaram mais aumentos em suas taxas de juros, tornando o ambiente global mais avesso a ativos de risco.

Diante desse cenário, foi observada uma redução de posições vendidas em dólar futura entre as instituições financeiras locais. Ontem, de acordo com a Renascença, os fundos locais diminuíram posições vendidas em 7.039 contratos em aberto. Para o diretor da FB Capital, Fernando Bergallo, “não temos hoje, e nem amanhã, a perspectiva de um pregão influenciado por fatores fundamentais e sim uma disputa técnica”.

No exterior, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra uma cesta de seis moedas fortes, avançava 0,32%, aos 104,84 pontos. A moeda acelerou os ganhos à medida que os investidores avaliavam a apresentação do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no fórum organizado pelo Banco Central Europeu (BCE), que está sendo realizado em Sintra, Portugal.

Em relação a outras moedas emergentes, o dólar avançava 0,10% ante o peso mexicano, 1,21% na comparação com o rand sul-africano e recuava 0,24% contra o rublo russo.