Dólar fecha em queda nesta sexta-feira, mas sobe 2,6% ante o real na semana

Dia foi de realização de lucros e de ajuste de posições nos mercados globais

O dólar passou por uma correção na comparação com o real nesta sexta-feira (15) e fechou em queda de 0,49%, negociado a R$ 5,4059. Apesar dos dados econômicos abaixo das estimativas vindos da China, os mercados globais tiveram uma sessão positiva, o que beneficia ativos de risco como o real. 

“Tivemos dados fracos na China, que atrapalham o minério de ferro e, por sua vez, poderia indicar uma depreciação da moeda aqui”, comenta Flavio Serrano, economista chefe da Greenbay Investimentos. “Porém, parte do medo de uma alta de 1,0 pp pelo Fed daqui a duas semanas se arrefeceu. Então, no fim, os efeitos se anularam”, acrescentou.

O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 0,4% no segundo trimestre deste ano em relação a igual período do ano anterior, refletindo o preço que os rigorosos bloqueios contra a covid-19 no país cobraram da atividade econômica. O resultado ficou abaixo da expansão de 0,9% esperada por alguns economistas.

Os investidores também avaliaram os números de vendas no varejo dos Estados Unidos, divulgados pela manhã, que cresceram mais do que o esperado em junho em meio ao aumento consistente dos preços no país. As vendas do setor varejista subiram 1% de maio para junho, totalizando US$ 680,6 bilhões.

Resumo da semana

Na sexta-feira da última semana (8), o dólar fechou o pregão negociado a R$ 5,26. A forte alta semanal de 2,6%, porém, começou já na segunda-feira (11), com investidores reagindo aos novos lockdowns na China. 

Na terça-feira (12), outra firme alta levou a moeda a R$ 5,4394, com o mercado ainda refletindo os impactos dos fechamentos em três cidades chinesas. No dia seguinte, uma leve queda trouxe o dólar de volta para os R$ 5,40 mesmo diante da notícia negativa de aumento dos preços ao consumidor dos Estados Unidos acima do esperado pelo mercado. 

Na quinta-feira (14), porém, o real não resistiu à notícia de aumento de preços nos EUA somada à aprovação da chamada “PEC das bondades” na Câmara dos Deputados e o dólar ganhou 0,53% ante a moeda brasileira. 

Portanto, o patamar de fechamento da semana de R$ 5,40, 14 centavos acima do observado na semana passada, é resultado de notícias relacionadas à percepção de risco fiscal no Brasil, inflação nos Estados Unidos e temores de fechamentos generalizados na China e menor demanda por commodities como o minério de ferro.