Dólar dispara e supera R$ 5,33 com temores de recessão global no radar

Mercado também repercute aprovação de PEC que libera gasto bilionário às vésperas das eleições

A primeira sessão do segundo semestre de 2022, o dólar opera em alta firme contra o real, chegando aos R$ 5,33 nas máximas do dia. O mercado local reflete o clima negativo no exterior com a divisa americana ganhando ante a maioria das moedas. A situação é agravada pela preocupação dos investidores locais com as contas do governo, após a aprovação pelo Senado de um pacote de benefícios com custo estimado de R$ 41,25 bilhões.

Às das 13h45, o dólar operava em alta de 1,48%, negociado a R$ 5,3103 no mercado à vista. Na máxima, foi a R$ 5,3381. Já o dólar futuro para agosto avançava 1,08%, a R$ 5,3530.

No mesmo horário o índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra uma cesta de seis moedas fortes, saltava 0,61%, aos 105,32 pontos. Na comparação com outras divisas emergentes além do real, o dólar subia 0,96% ante o peso mexicano, 2,28% ante o rublo russo, 0,82% ante o rand sul-africano, 0,36% ante a lira turca e 1,96% sobre o peso chileno.

Agentes do mercado local dividem suas atenções entre o cenário exterior e doméstico, com pressões negativas vindas de ambos os lados. Lá fora, os temores de recessão ganham mais força diante de dados desanimadores vindos dos Estados Unidos. Por aqui, as preocupações vêm do noticiário político.

Mais cedo, foi divulgado que o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial dos Estados Unidos caiu para 52,7 em junho, bem menor que os 57 registrados em maio, e dos 59,2 de abril, mas acima da prévia de 52,4. Esse é o menor nível desde julho de 2020 e a primeira vez desde que maio de 2020 que foram registradas queda nas vendas. Já o PMI industrial medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM) caiu a 53 pontos em junho, de 56,1 pontos, da leitura de maio.