BofA vê espaço para aposta em queda dos juros longos no Brasil

Banco, no entanto, coloca as eleições entre os fatores de risco

No momento em que a inflação mostra sinais críveis de desaceleração e em que o Banco Central tem adotado uma comunicação mais “dovish” e indicado o fim do ciclo de aperto monetário, o Brasil se destaca por ser o único país na América Latina onde posições aplicadas (aposta na queda das taxas) em juros são atrativas. A avaliação é dos estrategistas Claudio Irigoyen e Christian Gonzalez Rojas, do Bank of America.

Em relatório enviado a clientes, o BofA revela que deu início a uma posição aplicada no DI para janeiro de 2027 na última quarta-feira. O nível de entrada foi com a taxa a 11,73% e o alvo do banco é a taxa em 10,5%.

“Em particular, gostamos de aplicar no DI para janeiro de 2025 como um ‘trade’ de política monetária. No entanto, também acreditamos que o mercado continuará esperando um resultado relativamente neutro a partir das eleições de outubro, o que, juntamente com o viés aplicador e expectativas de inflação mais apertadas, pode empurrar a ponta longa da curva para baixo. Por isso, também gostamos do risco-retorno de aplicar no DI janeiro/2027”, afirmam os estrategistas do BofA.

Entre os riscos elencados por Irigoyen e Gonzalez Rojas para o “trade” estão possíveis surpresas altistas na inflação que possam levar o BC a elevar a Selic em 0,25 ponto percentual em setembro; o risco eleitoral que pode começar a elevar os juros longos; e surpresas altistas nos juros dos Treasuries, que podem desencadear um ambiente avesso a risco nos mercados globais.