Zuckerberg apresentou estes protótipos de headset para sustentar sua aposta de US$ 10 bi no metaverso

Investidores e acionistas ainda não embarcaram no metaverso; desde o início do ano, as ações da Meta caíram mais de 50%

Mark Zuckerberg, o CEO da Meta, empresa controladora do Facebook, disse em fevereiro que espera gastar pelo menos US$ 10 bilhões este ano em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada. Seu objetivo é produzir óculos e headsets capazes de popularizar a experiência do metaverso.

Na segunda-feira, Zuckerberg, revelou quanto a empresa avançou no desenvolvimento de protótipos dos óculos e headsets. Com  isso, Zuckerberg quer sinalizar aos investidores e ao público em geral que está progredindo em sua aposta no metaverso.

No ano passado, o Facebook se tornou Meta para destacar a nova ênfase da empresa no metaverso, um mundo virtual onde Zuckerberg imagina que as pessoas passarão cada vez mais tempo – idealmente, por meio de avançados óculos e headsets computadorizados.

Se Zuckerberg for bem-sucedido em tornar os computadores usados ​​na cabeça ‘mainstream’, a Meta teria um novo fluxo de receita de vendas de hardware e controlaria sua própria plataforma de hardware, o que a tornaria menos suscetível a mudanças de plataforma de outras empresas.

Em sua última teleconferência de resultados, a Meta disse que as recentes mudanças de privacidade que a Apple fez no iPhone podem custar US$ 10 bilhões em receita perdida este ano, pois dificulta a capacidade da empresa de direcionar anúncios para públicos precisos.

Atualmente, o mercado de realidade virtual é pequeno e há dúvidas sobre o quão grande ele pode vir a ser. A Meta atualmente domina as vendas de headsets, com o Quest 2, que nos EUA custa US$ 299. No ano passado, o headset da Meta sozinho respondeu por 78% de todas as vendas do acessório, de acordo com dados da consultoria norte-americana IDC. No entanto, em 2021 foram vendidos nos EUA somente 11,2 milhões de headsets de realidade virtual, um número muito inferior às vendas de smartphones ou PCs.

Diante destes números, os investidores estão descrentes da aposta de Zuckerberg no metaverso e temerosos de que com isso a empresa se desvie de seu principal negócio cuja receita vem de publicidade e aplicativos. Desde o início do ano, as ações da Meta caíram mais de 50%. A apresentação de Zuckerberg e seus headsets na segunda-feira não foi suficiente para aplacar o receio dos acionistas da empresa.

As ações da Meta fecharam em queda de mais de 4% nesta terça-feira, apesar da alta registrada pelas ações de tecnologia na sessão desta terça.

O que Zuckerberg mostrou

A Meta está desenvolvendo visores de realidade virtual de última geração, projetados para criar uma experiência online realista o suficiente para que os usuários possam emular o mundo real, disse Zuckerberg durante sua demonstração.

Atualmente os visores oferecidos no mercado tem telas de baixa resolução, exibem artefatos distorcidos e não podem ser usados por longos períodos de tempo.

“Não vai demorar muito para que possamos criar cenas com fidelidade perfeita”, disse Zuckerberg.

Conheça os protótipos da Meta

Butterscotch. Ele foi projetado para testar telas de alta resolução que possuem pixels tão pequenos que são imperceptíveis ao olho humano. Nele, a ideia é que o digital reproduza o objeto real com máxima fidelidade. No entanto, a Meta diz que o protótipo “não está nem perto de chegar ao mercado” por ser pesado e volumoso. Além disso, o protótipo ainda tem componentes expostos.

Fonte: Meta

Half Dome 3. A Meta vem trabalhando nestes headsets desde 2017 para testar um tipo de tela que pode mudar a distância do ponto de foco, mantendo uma boa nitidez. Por meio desta tecnologia, segundo a Meta, a resolução e a qualidade da imagem podem melhorar o suficiente para que os usuários troquem no futuro monitores de alta resolução por estes headsets. A versão mais recente do Half Dome 3 substituiu as peças mecânicas por lentes de cristal líquido.

Holocake 2. Este é o headset de realidade virtual mais fino e leve da Meta. Segundo a empresa, ele é capaz de executar qualquer software VR se estiver conectado a um PC. No entanto, requer lasers especializados que tornam o produto muito caro. Requer ainda melhorias para torná-lo mais seguro para o uso contínuo.

Starburst. É um protótipo que possui tecnologia de telas mais brilhantes, que mostram uma gama mais ampla de cores.

“O objetivo de todo este trabalho é identificar quais caminhos técnicos nos permitirão melhorar significativamente a experiência do usuário de maneira a aproximar o mundo digital  do real”, disse Zuckerberg.

Se a Meta vai atingir seu objetivo ainda é incerto. Por enquanto, é certo que acionistas e investidores estão céticos em relação à meta de Zuckerberg.

Com agências de notícias.