XP: Redução do IPI deve beneficiar mais Magazine Luiza, Via e Natura

Por outro lado, corte de tributo reduz competitividade de Vivara e Multilaser
Pontos-chave:
  • Antes da redução, os impostos aplicados em linha branca e eletrônicos variavam entre 5% e 35%
  • Já em cosméticos, a tributação ficava entre 0% e 42%

As varejistas Magazine Luiza e Via, além da fabricante e varejista de cosméticos Natura &CO estão entre as mais beneficiadas pela redução de até 25% no IPI, anunciada pelo governo federal na noite de sexta-feira. Essa foi a avaliação da equipe da XP Investimentos ao se questionar quem sai ganhando na varejo com o corte tributário.

De acordo com levantamento da XP, os impostos aplicados em linha branca e eletrônicos variavam entre 5% e 35% e em cosméticos entre 0% e 42%. “Nós também destacamos que a maioria dos produtos finais dos segmentos de vestuário, calçados, medicamentos e alimentos não pagavam IPI, mas eles podem ser positivamente impactados uma vez que algumas matérias-primas arcam com o tributo.”

A corretora acredita que a visão positiva da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para a medida é um sinal de que deve haver, sim, um repasse do corte para os preços, já que 23% do IPCA é atrelado a produtos industriais.

“Isso deve levar a menores custos, o que nós acreditamos que deve ser repassado completamente para os preços finais para aumentar a demanda ou ser parcialmente incorporado nas margens”, diz o relatório da companhia.

Além de Magazine Luiza, Via e Natura &Co, a XP diz que a Alpargatas deve se beneficiar, uma vez que suas principais matérias-primas (borracha sintética e butadieno) estão sujeitas ao IPI. “Finalmente, o varejo alimentar e as farmácias podem ser positivamente impactados por menores preços em parte do seu mix de vendas e um poder de compra mais preservado”, acrescentaram.

Entre os menos beneficiados estão aquelas empresas que eram isentas de IPI por produzirem na Zona Franca de Manaus. A medida reduz benefícios fiscais e, consequentemente, competitividade. É o caso de Vivara e Multilaser, ações que a corretora cobre. O relatório, porém, destaca que o ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou que “o governo está preocupado em não prejudicar a região enquanto as companhias que possuem operações lá devem buscar alternativas para proteger sua competitividade”.

Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico