XP anuncia programa de recompra de ações

A XP pode recomprar, em dólares, o equivalente a R$ 1bilhão de suas ações ordinárias Classe A em circulação no mercado

A XP Inc. anunciou nesta quarta-feira (11) que o seu conselho de administração aprovou um programa de recompra de ações, o primeiro da companhia que abriu o capital na Nasdaq no fim de 2019, para adquirir até o equivalente a R$ 1bilhão.

Na sua última conferência de resultados com jornalistas, Bruno Constantino, diretor de finanças da XP, informou não ter a intenção de usar caixa para comprar seus próprios ativos. No mês passado, o Itaú Unibanco adquiriu parcela de 11,37% no capital da empresa, por R$ 8 bilhões, conforme previsto no acordo de 2017. Como se trata de fatia não estratégica, poderia haver pressão adicional sobre os papéis, que têm sofrido com a saída de investidores de empresas de tecnologia financeira.

Durante o processo, a XP pode recomprar, em dólares, o equivalente a R$ 1bilhão de suas ações ordinárias Classe A em circulação no mercado, com base nos preços vigentes, ou em transações privadas. O programa tem início amanhã e pode se estender até 12 de maio de 2023, dependendo das condições de mercado, o que ocorrer primeiro.

O conselho de administração da XP revisará o programa periodicamente e poderá autorizar ajustes em seus termos e tamanho ou suspender ou descontinuar o processo. No anúncio, a XP informou que espera utilizar o caixa existente para financiar as recompras.

O conselho de administração da XP autorizou a administração a nomear uma corretora para fazer as recompras dos ativos no mercado secundário. O programa não obriga a XP a adquirir um número específico de ações em determinado período, podendo ser ampliado, estendido, modificado ou descontinuado a qualquer momento.

Nesta semana, o presidente do Itaú, Milton Maluhy Filho, disse que não havia intenção do banco de segregar a fatia de 11,37% que comprou na XP no mês passado e entregá-las diretamente aos seus acionistas, como fez no ano passado com outra parcela de 41,05%. “Os múltiplos da XP mudaram muito, em comparação com quando fizemos o ‘spin-off’ no ano passado. O momento de saída [desse investimento] é uma decisão que vamos analisar com calma, olhando o curto, médio e longo prazo”, comentou na ocasião.

Segundo ele, possivelmente ao longo deste ano o banco deve vender uma pequena parcela dessa fatia porque, segundo as regras de Basileia, se um banco tem de mais de 10% em outra instituição financeira, deve deduzi-la do seu capital regulatório.