SVB: como está o caso nos EUA e o que os investidores brasileiros devem fazer?

Especialistas apontam qual deve ser o tamanho da preocupação e quais medidas podem ser tomadas

Na última sexta-feira (10), um anúncio tomou conta dos noticiários: o pedido de falência do Silicon Valley Bank (SVB). Esse colapso representa a segunda maior quebra bancária da história dos Estados Unidos. Sendo superada apenas pelo Lehman Brothers, um dos símbolos da crise econômica de 2008.

Aliás, dois dias antes do anúncio, o banco já sinalizava que tinha problemas de caixa, num movimento que buscava arrecadar fundos vendendo suas ações. Porém, isso assustou os investidores, que realizaram uma corrida para sacar seus recursos.

Na sexta-feira, o Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), que pode ser definido com uma versão estadunidense do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) aqui do Brasil, assumiu o banco, mas apenas garantindo cobertura para investimentos de até US$ 250 mil.

Qual a repercussão lá nos Estados Unidos?

José Eduardo Costa, editor chefe da IF, que está em Austin, nos Estados Unidos, para a cobertura do SXSW, um dos maiores eventos de inovação e tecnologia do mundo, trouxe algumas impressões do que tem se falado a respeito deste assunto por lá.

“Uma das primeiras falas (a respeito do caso SVB) foram de Nancy Pelosi, que é uma das mais influentes congressistas americanas. Ela afirmou, de maneira bem enfática, que o governo não usará dinheiro dos contribuintes para respaldar esse colapso”, explica o jornalista.

Durante a mesma palestra, Nancy levantou outra possibilidade que ela vê como possível para solucionar esta crise, como a venda do SVB para algum outro banco rival. Essa alternativa não é um processo simples, pois há muitas diligências para que esta opção seja algo viável.

Importância do SVB para o sistema bancário dos EUA

Willian Castro Alves, colunista da IF e sócio da corretora digital Avenue, frisa a importância de contextualizar os fatos para que a análise seja feita da forma correta.

“(Isso porque), na década de 70, um banco que possuía seus 10 bilhões de ativos, teria um valor que hoje seria considerado baixo. Por isso, consideramos o caso SVB como a segunda maior quebra bancária até agora. (Afinal de contas), quanto mais recente (forem estes acontecimentos), maiores tendem a ser as cifras envolvidas”, salienta.

Segundo nosso colunista, apesar do SVB ser sim um banco importante, não está na primeira prateleira. “O Silicon Valley tinha sua relevância. Era o décimo oitavo maior banco dos Estados Unidos, com cerca de US$ 220 bilhões em ativos. Porém, para se ter uma noção, o J.P. Morgan possui algo próximo de US$ 3,7 trilhões. Ou seja, o SVB tem sim um grande valor de mercado, mas não está na primeira linha”, ressalta.

O trecho da conversa em que Alves comenta sobre a importância da SVB para o sistema bancário dos Estados Unidos você assiste aqui:

Como o investidor brasileiro deve agir a partir de agora?

Para Fernanda Mello, economista da IF, deve-se agir com calma na hora realizar seus investimentos. “A gente precisa avaliar o rating do banco emissor quando for escolher uma renda fixa. Mas a preocupação alarmista sobre dinheiro em conta corrente não ajuda, pois existem instituições que trabalham para garantir a estabilidade”, destaca.