GPA (PCAR3) diz que pode separar Grupo Éxito para ‘destravar valor’ do negócio

Mercado já trabalha com a hipótese e projeta formatos

O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) informou na noite de quarta-feira em fato relevante que, entre os projetos para gerar valor a seus acionistas, considera a hipótese de separar a empresa do grupo colombiano Éxito, para “destravar valor” do negócio. A empresa faz parte do GPA desde uma reestruturação de negócios feita pelo controlador Casino, em 2019.

Desde 2020, o GPA vem mencionando a analistas possíveis novas estratégias para as suas operações — como venda de lojas a fundos, inclusive já anunciadas, eventual ofertas de ações de negócios no exterior e venda dos braços de negócios. As primeiras informações sobre possível separação do Éxito surgiram na imprensa em 2021.

A companhia ainda tem relatado, em teleconferências, que têm analisado formas de monetizar seus ativos na América do Sul, mas esses planos não vêm evoluindo por conta da crise que fez os negócios em diversos países perderem valor.

Na nota publicada ao mercado, o GPA diz que “a efetiva implementação de qualquer transação objetivando a segregação de Éxito depende da conclusão dos estudos preliminares, bem como da obtenção das aprovações necessárias conforme determinado por lei e pelos órgãos reguladores aplicáveis”.

No ano passado, a agência “Reuters” relatou que a empresa analisava a hipótese de separação do negócio para elevar o valor atribuído às suas empresas, e numa operação que entregaria ações da subsidiária aos acionistas do GPA. O jornal “O Estado de S. Paulo” também publicou a informação na quarta.

Em relatórios no ano passado, analistas de bancos passaram a considerar alguns formatos possíveis para a separação do Éxito, como a possibilidade de listar Brazilian Depositary Receipts (BDRs) da empresa na Colômbia, ou a migração de capital para uma bolsa de valores nos EUA e uma listagem posterior.

O GPA já havia informado, no fim de junho, a venda de 3,4% do Éxito por R$ 398,1 milhões, que foram para o caixa. Com isso, o GPA passou a deter 96,52% do capital social da empresa.