Credit Suisse projeta ‘futuro brilhante’ para ações da Eletrobras

Banco retomou a cobertura da companhia com recomendação de compra

O Credit Suisse retomou a cobertura de Eletrobras com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 71 para as ações preferenciais classe B (PNB) e R$ 67 para as ordinárias após a privatização da companhia.

Os analistas Carolina Carneiro e Rafael Nagano veem um futuro brilhante para a empresa após a oferta subsequente de ações (follow-on), que culminou no processo de desestatização. Eles dizem preferir as PNB em relação aos papéis ON com base no cálculo de spread, que chega a R$ 3,80.

Os analistas destacam que incorporaram os novos contratos de concessão adquiridos com os recursos do follow-on, além de importantes premissas de ganhos de eficiência após a privatização.

“Como resultado, vemos as ações sendo negociadas a uma TIR [taxa interna de retorno] real de 13%, o que representa 62% de retorno total para ações PNB”, diz a equipe do banco.

Eles acreditam que com a nova estrutura patrimonial e reduções de custos, há espaço para pagamentos de dividendos razoáveis, além do crescimento a longo prazo.

Porém, há espaço para melhorias de custo, embora a Eletrobras já tenha feito um ótimo trabalho ao reduzir a força de trabalho em 50%, pondera a equipe do Credit Suisse.

Cálculos dos analistas apontam que é possível reduzir a mão de obra da empresa em 5% e custo por funcionário em 40%, em média, para atingir os níveis de mercado.

Carneiro e Nagano ressaltam que a Eletrobras tem cerca de 2 mil funcionários aptos a se aposentar, o que pode reduzir ainda mais os custos. Com isso, eles incorporaram premissas de corte de custos em nas estimativas, a serem concluídas em cinco anos.

“Assumimos que essas reduções de mão de obra teriam custos semelhantes aos programas de demissão anunciados pela empresa entre 2018 e 2021”, acrescentam.

Por fim, os analistas acreditam que o portfólio único da Eletrobras e seu domínio no mercado brasileiro permitem que a empresa desempenhe um papel importante nas próximas tendências do setor elétrico, incluindo geração renovável offshore e hidrogênio verde.