BTG derruba recomendação e preço-alvo da Oi (OIBR4 e OIBR3)

O banco afirma que o novo preço-alvo reflete o atraso na conclusão das vendas dos ativos móveis,

O BTG Pactual rebaixou a recomendação das ações da Oi (OIBR4 e OIBR3) para neutra e derrubou o preço dos papéis. O banco afirma que o novo preço-alvo reflete o atraso na conclusão das vendas dos ativos móveis, o que prejudicou a posição de caixa da empresa.

Também é resultado de um custo de capital mais alto, estimativas de crescimento mais baixas e resultados piores do que o esperado das negociações da Anatel e da venda da empresa de infraestrutura e ativos.

O preço-alvo caiu de R$ 2,30 para R$ 0,40. O valor significa uma redução de 82% sobre o preço antigo. Em relação às cotações atuais, está em linha com as ações ordinárias (R$ 0,41) e 53% abaixo do preço das preferenciais (R$ 0,86).

Dívida líquida

O BTG avalia ainda que a dívida líquida da companhia, ajustada por uma posição de caixa em 2022 de R$ 4,5 bilhões, é ainda considerável, a R$ 16,5 bilhões. Mesmo com o pagamento dos ativos móveis de R$ 1,4 bilhão em discussão, o valor cai para R$ 15 bilhões, ainda em níveis altos.

A casa lembra que, com a venda dos ativos móveis, a Oi pagou R$ 15,0 bilhões de dívida bruta, reduzindo o indicador ajustado de R$ 36 bilhões em 2021 para R$ 21 bilhões, que inclui R$ 8,5 bilhões em 2025 denominados em títulos americanos e R$ 11 bilhões em dívida reestruturada com bancos.

Fluxo de caixa

Além disso, o BTG considera que a situação do fluxo de caixa está longe de ser confortável, ainda que o investimento tenda a cair após a venda de suas divisões de telefonia móvel e infraestrutura.

“O consumo de caixa permanecerá relativamente alto por vários anos, pois investimentos para modernizar sistemas e ajustar sua estrutura societária, despesas relacionadas a depósitos judiciais e passivos de fundos de pensão, além de despesas financeiras volumosas continuam a atrapalhar o fluxo de caixa”, afirmam os analistas Carlos Sequeira, Osni Carfi e Guilherme Guttilla.

Fibra ótica cobiçada

Eles comentam, contudo, que a participação de 35% na empresa de fibra ótica V.tal, estimada em R$ 11,1 bilhões pelo BTG, é valiosa e que a maioria das soluções de longo prazo para diminuir alavancagem envolve a companhia. “Como a V.tal provavelmente fará oferta pública primária de ações, a Oi terá a chance de vender parte (ou a totalidade) de sua participação para reduzir sua alavancagem” , afirmam os analistas.

Por outro lado, observam que a abertura de capital da V.tal depende de vários fatores, e o momento é altamente incerto. Uma alternativa, para eles, seria a Oi emitir um título lastreado em sua participação na V.tal e usá-lo para refinanciar os títulos de 2025.