Ações da Stone sobem forte após balanço; analistas destacam desempenho sólido

As ações da Stone operam em forte alta nesta sexta-feira

As ações da Stone operam em forte alta nesta sexta-feira, após a companhia divulgar seu na noite de ontem. Analistas apontam que o desempenho foi sólido e as perspectivas para o segundo trimestre são positivas, de acordo com o guidance da companhia, mas a nova política de incentivos é vista com alguma cautela. Por volta das 12h50, o papel avançava 8,55%, a US$ 11,31, mas ainda perde 82,36% em 12 meses.

Para os analistas do Itaú BBA, a Stone reportou resultados melhores do que o esperado, com as receitas impulsionadas por um take rate mais alto, que mais do que compensou o aumento das despesas operacionais. O lucro líquido ajustado de R$ 132 milhões superou a expectativa do banco, que era de R$ 108 milhões. “Embora os desafios permaneçam no médio prazo, e o valuation não seja uma pechincha, esperamos uma reação positiva do preço das ações no curto prazo, dado que a reprecificação da companhia continua”.

Já o Credit Suisse aponta que a Stone relatou um volume de pagamentos (TPV) de R$ 83 bilhões, com crescimento anual acelerando para 63%, de 55% no quarto trimestre. O crescimento do TPV no segmento de micro e pequenas empresas acelerou para 93%, ficando acima da faixa do guidance de 79% a 83%, apesar das adições fracas de novos clientes. O banco suíço aponta ainda que a Stone indicou que o TPV do segmento deve continuar forte no segundo trimestre, com um crescimento entre 71% e 73%.

“A Stone vem repassando o CDI mais alto para os preços na sua base de clientes. Consequentemente, a take rate de micro e pequenas empresas saltou para 2,06% no primeiro trimestre (1,71% no quarto trimestre). Do lado negativo, as adições líquidas de novos clientes caíram para 160 mil (de 367 mil no quarto trimestre)”, explica o Credit Suisse.

Já o Citi afirma que o novo plano de incentivos da companhia deve levantar algumas preocupações. O conselho de Stone aprovou um novo plano de até 19,2 milhões de ações, o que levaria a diluição considerável de aproximadamente 6%. Desse total, 5,8 milhões de ações serão concedidas imediatamente como incentivo não recorrente, 1,7 milhão de ações serão concedidas como remuneração anual regular e os 11,6 milhões restantes serão utilizados no futuro a critério da empresa.

Para o Citi, embora isso fosse de certa forma esperado, dada a grande queda de ações que apagou os ganhos potenciais dos planos anteriores e também o que está acontecendo com outras empresas, alguns investidores podem questionar o tamanho da diluição. Os analistas afirmam ainda que a administração da Stone ressaltou que a mudança de ações classe B para classe A não significa que o cofundador Eduardo Pontes vá vender seus papéis. “A administração disse que atualmente não há notícias de um cofundador vendendo ações. A mudança de ações Classe B para Classe A solicitada por Eduardo Pontes foi uma decisão pessoal baseada na gestão de seus investimentos.”

Menos otimista, o Bank of America apontou que o lucro da Stone ficou abaixo do que eles esperavam, em função dos maiores custos de funding relacionados à operação de antecipação de recebíveis, que cresceu oito vezes na comparação anual, o que acabou ofuscando a receita positiva. “Apesar de saudarmos as tendências de melhora na rentabilidade, mantemos nossa recomendação ‘neutra’, pois acreditamos que o desempenho deve ser limitado por: incertezas na integração com a Linx; cenário desafiador de reprecificação; e mudanças na estrutura acionária”.

O BofA ainda reduziu seu preço-alvo para o papel de US$ 17 para US$ 14, citando os maiores custos de capital.