Acionistas da Gol e da Avianca criam holding para controlar aéreas

Grupo Abra será uma empresa de capital fechado sediada no Reino Unido

Os principais acionistas da colombiana Avianca e o acionista controlador da Gol, a família Constantino, assinaram um acordo para criar uma holding que controlará as duas aéreas, assim como terá participação não controladora de 100% dos interesses econômicos nas operações da Viva na Colômbia e no Peru e um investimento em dívida conversível representando uma participação minoritária na Sky Airline (Chile). A holding, chamada de Grupo Abra, será uma empresa de capital fechado sediada no Reino Unido.

A informação foi divulgada pelas duas empresas em comunicado ao mercado. O fechamento da transação é esperado para ocorrer no segundo semestre de 2022, sujeito às condições habituais de fechamento e regulatórias.

Segundo as empresas, juntas elas serão a base de uma malha pan-latinoamericana de companhias aéreas com o objetivo de ter o menor custo unitário em seus respectivos mercados, os programas de fidelidade líderes em suas regiões e outros negócios sinérgicos. “Avianca e GOL continuarão mantendo independentes suas marcas, equipes e cultura, enquanto se beneficiam de maior eficiência e investimentos feitos pelo mesmo grupo controlador”, disseram as empresas.

Segundo o comunicado, alguns investidores financeiros se comprometeram a investir até US$ 350 milhões em ações do Grupo Abra após o fechamento do negócio, fortalecendo ainda mais o balanço patrimonial e a posição de liquidez do Grupo.

Roberto Kriete será o presidente do conselho de administração do Grupo. Constantino de Oliveira Junior, atual presidente do conselho da Gol, será o presidente do Grupo. Já Adrian Neuhauser, atual presidente e CEO da Avianca, e Richard Lark, atual diretor financeiro da Gol, serão co-presidentes do Grupo, enquanto mantêm suas atuais funções nas companhias aéreas.

Roberto Kriete disse que o objetivo é criar um grupo de transporte aéreo que enderece os desafios do século 21. “Nossos clientes se beneficiarão de tarifas ainda melhores, acesso a mais destinos, maior frequência de voos e conexões bem sincronizadas, assim como a capacidade de acumular e resgatar pontos nos programas de fidelidade das marcas”, disse.

Já Oliveira disse que o negócio irá colocar as aéreas do grupo em posição de liderança em viagens aéreas na América Latina, atendendo a uma população de mais de um bilhão de pessoas e um PIB de quase US$ 3 trilhões. “A estrutura corporativa única permitirá que cada companhia aérea gere resultados mantendo independentes suas marcas, equipes e cultura, e proporcione aos colaboradores mais oportunidades de crescimento pessoal e profissional em todas as fases de suas carreiras”, disse.

A pandemia tem fortalecido diversos movimentos de consolidação no setor aéreo. Os desafios recentes, como o preço do combustível, têm levado grupos a buscar ganhos de sinergia através de acordos de fusão e aquisição ou codeshare (compartilhamento de voos).