Retrato de Marylin Monroe, de Andy Warhol, pode se tornar a obra mais cara do século XX

Casa de leilões Sotheby's diz que a pintura está avaliada em US$ 200 milhões e será colocada à venda no início da semana

Um retrato de Marilyn Monroe, pintado por Andy Warhol e estimado em US$ 200 milhões, é a grande estrela da temporada de leilões que começa esta semana em Nova York. A Christie’s espera que “Shot Sage Blue Marilyn”, de 1964, se torne a arte mais cara do século XX até a próxima segunda-feira.

A Sotheby’s não ficará muito atrás, esperando que as vendas de arte moderna e contemporânea cheguem a US$ 1 bilhão, auxiliadas pelo leilão da segunda parte da famosa coleção Macklowe.

“As expectativas são sem precedentes”, disse à AFP Joan Robledo-Palop, colecionador e presidente da galeria de arte contemporânea Zeit, de Nova York, sobre o entusiasmo gerado pela temporada de leilões.

O icônico trabalho de 1 x 1 metro de Warhol faz parte de uma série de retratos que o maior expoente da pop art fez de Marilyn Monroe após sua morte por overdose de barbitúricos em agosto de 1962.

Esta série de retratos foi renomeada “Shot” depois que um visitante do “The Factory”, o estúdio de Warhol em Manhattan, abriu fogo, fazendo buracos nas pinturas. Mais tarde as obras foram restauradas.

Alex Rotter, chefe de arte dos séculos XX e XXI da Christie’s, chama o retrato de Marilyn de “a pintura mais importante do século XX a ser leiloada em uma geração”.

Até agora, o recorde de uma obra do século XX é de “As Mulheres de Argel”, de Pablo Picasso, que arrecadou US$ 179,4 milhões em 2015.

Por sua vez, o trabalho mais caro de Warhol até hoje é “Silver Car Crash” (Double Disaster) pelo qual US$ 104,5 milhões foram pagos em 2013.

Outras obras importantes oferecidas pela Christie’s são “Retrato do Artista como um Jovem Indigente” de Jean-Michel Basquiat, pintado em 1982 e que deve arrecadar mais de US$ 30 milhões, e “Sem título” (Shades of Red), de Mark Rothko, que vai à venda por US$ 80 milhões.

A casa de leilões também está oferecendo três obras de Claude Monet que devem chegar a US$ 30 milhões cada.

Rothko, Picasso, Richter

“A cada duas décadas você tem um leilão cuja qualidade é tão alta que não costuma ser vista. Esta temporada se tornou um desses momentos únicos”, disse Rotter.

As mulheres de Argel, de Pablo Picasso, recorde de uma obra do século XX, foi vendida por US$ 179,4 milhões em 2015. Foto: Reprodução
As mulheres de Argel, de Pablo Picasso, recorde de uma obra do século XX, foi vendida por US$ 179,4 milhões em 2015. Foto: Reprodução

Depois de vender no ano passado a primeira parte da coleção que pertencia ao magnata do ramo imobiliário Harry Macklowe e sua então esposa Linda, avaliada em US$ 600 milhões, a mais cara a ir a leilão, a Sotheby’s venderá as últimas 30 peças no dia 16 de maio.

Algumas da obras mais caras são “Seascape”, de Gerhard Richter pintada em 1975, estimada em US$ 35 milhões, e “Untitled” de Rothko, de 1960, que saíra à venda por US$ 50 milhões.

A Sotheby’s que o leilão de arte dos séculos XX e XXI, que inclui trabalhos de Picasso e Philip Guston, é a mais valiosa da categoria em 15 anos.

A casa de leilões espera que a obra “Femme nue couchée”, de Picasso, que será colocada à venda pela primeira vez, chegue a US$ 60 milhões. Outros best-sellers incluem uma vista de Veneza de Monet, com um preço inicial de US$ 50 milhões.

Brooke Lampley, chefe de vendas de arte da Sotheby’s, espera que novos recordes sejam estabelecidos em todas as categorias.

“O mercado de arte é muito forte. É por isso que vemos esse número surpreendente de obras à venda nesta temporada”, disse ele à agência AFP.